Pacheco dá aval para manobras que ampliam vagas do governo na CPI do 8 de janeiro
Base de Lula deverá ganhar duas vagas a mais que o previsto com a validação das manobras
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), validou nesta sexta-feira (5) a manobra feita pelo governo para ampliar o número de cadeiras na CPI do 8 de Janeiro. Também presidente do Congresso, Pacheco confirmou o entendimento que permitiu à Rede, partido do senador Randolfe Rodrigues (AP), mudar de bloco, o que ampliou em uma vaga a mais para o grupo alinhado ao Palácio do Planalto. Pacheco ainda referendou a divisão de vagas estabelecida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que excluiu o Novo e deve dar mais uma vaga ao PT.
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As decisões foram publicadas na edição desta sexta do Diário Oficial do Congresso. Pacheco também comunicou aos líderes partidários, por e-mail, para que os membros da CPI mista sejam definidos.
No final de abril, Randolfe, que é íder do governo no Congresso, saiu do bloco liderado por MDB e União Brasil e foi para outro que tem PT e PSD à frente. A mudança fez com que os grupos, que têm influência governista, passasse de 11 para 12 indicações para a CPI. Além disso, o bloco do PL e Novo deixará de ter três assentos para ter dois.
Depois disso, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-MG) apresentou uma questão de ordem para que Pacheco determinasse que não há validade na mudança de bloco. O argumento de Marinho é que a composição dos blocos deveria seguir um marco temporal, o que foi invalidado pelo presidente do Congresso.
"Como não existe limite temporal para formação de blocos, a participação nas comissões deve levar em conta a composição dos blocos na data da leitura do requerimento de instalação da comissão mista", escreveu Pacheco na decisão.
Ao validar a decisão de Lira que excluiu o novo da composição, Pacheco também aumentou outra vaga do governo. A federação PT-PCdoB-PV tem a expectativa de aumentar de dois para três deputados sua participação na comissão.
Os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Júnior (PT-MA) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) já demonstraram interesse em participar da comissão. O governo calcula ter entre 20 e 22 parlamentares simpáticos ao Palácio do Planalto dentro do total de 32 da CPI mista. Alguns partidos, no entanto, estão rachados entre apoiar ou ser oposição ao governo, como PSD, União Brasil, PP e Republicanos.
Na Câmara, o União Brasil já decidiu que vai escolher o deputado Arthur Maia (União-BA), que tem um perfil mais distante do Planalto. O nome dele inclusive é defendido por Lira para presidir a CPI mista. No Senado, a legenda ainda não decidiu as indicações, mas a tendência é que Davi Alcolumbre (AP) e Soraya Thronicke (MS), mais abertos ao diálogo com o governo sejam escolhidos como titulares. De oposição, Sergio Moro (PR) deve participar como suplente.