Pacheco diz que no 8/1 "inimigos da democracia" recorrem à desordem para mostrar força que não têm
Pacheco anunciou a retirada dos gradis que impediam a circulação de pessoas em frente ao Congresso
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que "os inimigoso da democracia, que não representam a vontade popular, recorrem à desordem e ao vandalismo para simular uma força que não possuem". A fala de Pacheco ocorreu durante a Cerimônia do Ato pela Democracia, realizada nesta segunda-feira, um ano após a tentativa de invasão de golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília. A fala de Pacheco acabou sendo a única a simbolizar o Congresso, durante o evento. Na ocasião, o presidente do Senado também anunciou a retirada das grades que impediam a circulação de pessoas em frente ao Congresso.
Leia também
• Ibram reúne em site histórico dos atos de 8 de janeiro
• 8 de janeiro: Moraes diz que democracia não permite confundir "paz e união" com "impunidade"
• "Vergonha nacional", diz Geraldo Alckmin sobre ataques de 8 de janeiro
— Este não é um ato político, tampouco de força. Este não é um ato meramente simbólico. Este é um momento para reafirmarmos a força da democracia e o nosso compromisso com os valores democráticos. Os inimigos da democracia, que não representam a vontade popular, recorrem à desinformação, à desordem, ao vandalismo, para simular a força que não possuem. Os inimigos da democracia disseminam ódio para enganar e recrutar uma parcela da sociedade. Os inimigos da democracia usam um falso discurso político para ascender ao poder, para nele se manter de maneira ilegítima e para dissimular suas reais intenções — afirmou o parlamentar.
Pacheco também criticou as contestações ao resultado das últimas eleições e valorizou a possibilidade de alternância do poder:
— Desqualificar e desacreditar o processo eleitoral não ofende apenas as instituições republicanas, mas ofende também - e de forma ainda mais grave - o povo brasileiro. Sob premissas falsas, os golpistas desejavam invalidar o resultado das urnas. Para além dos prejuízos materiais, para além das depredações e da violência praticadas, a turba de criminosos que invadiu estas mesmas dependências desrespeitou a vontade popular manifestada pelo voto. Isso é absolutamente inaceitável. A lógica da democracia representativa é esta: ao fim das eleições, aqueles que obtiverem mais votos exercerão o poder delegado pelo povo. Exercerão temporariamente o poder, diga-se de passagem. Nas eleições seguintes, o resultado poderá ser diferente. Eis outro conceito muito caro à democracia e que demonstra sua vitalidade: a real possibilidade de alternância de poder — disse.
Em um principais momentos do seu pronunciamento, Pacheco disse que o Congresso seguirá como um "esteio da democracia" e que atos de cunho golpista "não serão tolerados".
— De modo específico, afirmo que o Congresso Nacional é esteio seguro da democracia. Estaremos sempre abertos ao debate, ao pluralismo e ao dissenso, mas nunca toleraremos a violência, o golpismo e o desrespeito à vontade do povo brasileiro — completou.
Lira ausente
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cancelou a sua participação. A assessoria do político informou que ele seguirá em Alagoas devido a problemas de saúde na família.
Lira deveria discursar no ato e compor a mesa de honra ao lado de autoridades como o próprio Pacheco (PSD-MG), e o presidente Lula. Cerca de 500 convidados estão presentes no Congresso, incluindo ministros do governo, ministros do STF, parlamentares, governadores e outras autoridades.