Recuperação Fiscal

Pacheco endurece críticas ao governo Zema: "Mais grave situação fiscal da história"

Senador pelo estado deu entrevista coletiva ao lado do presidente da Assembleia Legislativa, Tadeus Martins Leite

Rodrigo Pacheco, presidente do SenadoRodrigo Pacheco, presidente do Senado - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco (PSD-MG) voltou a fazer críticas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) proposto pelo governador de Minas, Romeu Zema (Novo). Em entrevista coletiva no Congresso Nacional, Pacheco caracterizou o cenário mineiro como a "mais grave situação fiscal da história de Minas Gerais". A avaliação ocorre após Zema ter enviado um ofício ao senador, solicitando ajuda na negociação do RRF junto ao governo federal.

Apesar das críticas, Pacheco afirmou que a resolução depende de uma união entre Zema e o presidente Lula (PT):

— Nós estamos diante de uma situação em que a política precisa se unir em torno da solução do problema. Isso é um problema do estado de Minas Gerais e sendo um problema de Estado e não de governo, a solução também deve ser de Estado e não de governo — disse o presidente do Senado, que afirmou que o RRF não é a solução para o problema de Minas, mas um adiamento dos conflitos.

Nesta quinta-feira, após se reunir com líderes, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Tadeus Martins Leite (MDB), Pacheco anunciou que irá apresentar uma proposta paralela ao presidente Lula (PT). Atualmente, o estado tem uma dívida acumulada de R$ 161 bilhões com a União.

O Regime de Recuperação Fiscal que, atualmente, tramita na Assembleia sob uma forte resistência popular prevê que, no período de nove anos, os reajustes salariais ficariam congelados e os concursos públicos seriam suspensos. A proposta abre brechas ainda para que as estatais sejam vendidas.

No plano que será apresentado por Lula a Pacheco, o valor total da dívida será aferido, no intuito de diminuir o montante e que créditos estaduais, como o do acordo de Mariana, sejam destinados diretamente à União. No lugar das privatizações, as companhias do estado seriam federalizadas.

Por sua vez, Tadeus Martins Leite afirmou que foi à Brasília para pedir ajuda ao presidente do Senado e que espera que a dívida histórica seja resolvida em breve:

— Estamos procurando uma alternativa ao que está sendo discutido lá na Assembleia, uma opção que não sacrifique os servidores, as empresas, mas que resolva o problema da dívida do estado que, como eu disse, desde 1998 temos visto só espremer o governo — disse.

Atualmente em fase de comissões, o projeto enviado por Romeu Zema vem enfrentando reações no estado. Nas últimas semanas, servidores públicos realizaram greves gerais em protesto ao regime que recebe críticas de parlamentares de dentro e fora da base.

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