Câmara dos Deputados

Padilha diz que novos superblocos na Câmara ajudam governo Lula

Ministro se reuniu com empresários e investidores em São Paulo

Padilha se reuniu pela manhã com empresários e investidores na Câmara Americana de Comércio, a Amcham.Padilha se reuniu pela manhã com empresários e investidores na Câmara Americana de Comércio, a Amcham. - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A formação dos dois novos blocos de parlamentares na Câmara dos Deputados não atrapalha o governo Lula na tarefa de aprovar pautas como a proposta do novo marco fiscal, e sim ajuda, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira em São Paulo.

Padilha se reuniu pela manhã com empresários e investidores na Câmara Americana de Comércio, a Amcham. Na saída do evento, disse a jornalistas que a formação dos blocos "é restrita à Câmara e terão impacto positivo" para o governo.

— Não são blocos de oposição ao governo, são liderados por parlamentares que defendem o governo. Felipe Carreiras (PSB-PE) defendeu Lula, esteve na campanha, é do partido do vice-presidente (Geraldo Alckmin). O outro bloco tem MDB, Republicanos, Podemos, também liderado por um parlamentar que defende o governo — afirmou.

O agrupamento liderado por Carreras foi estimulado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e é formado por PP, União Brasil, PSB, PDT, Solidariedade, Avante, Patriota, PSDB e Avante. O grupo soma 173 deputados.

Carreras também é líder do PSB, partido do vice-presidente, Geraldo Alckmin, que tem ministérios. O PDT também tem um ministério. Apesar de governista, Carreras já disse que o grupo ainda não tem uma afinidade completa com o governo Lula. Elmar Nacimento (União Brasil-BA), outro expoente do bloco, é aliado de Lira e, como revelou a coluna de Lauro Jardim, se reuniu com Padilha no Planalto horas antes do anúncio da criação do grupo.

Já o outro bloco de deputados tem 142 membros e une siglas como Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC. A agrupação tem como líder Fábio Macedo (Podemos-MA).

Padilha ainda disse que não há, por parte do governo, "represamento intencional" de emendas parlamentares e que espera aprovar o novo marco fiscal "o quanto antes", uma vez que o tema, em sua visão, não opõe governo e oposição.

Relação EUA e China

O ministro ressaltou, também, que empresários americanos não se preocupam com os sinais de aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a China. Padilha lembrou que historicamente o Brasil e as gestões petistas buscaram sempre defender a multilateralidade nas relações diplomáticas e que não há alinhamento automático com Estados Unidos ou China, as duas potências hegemônicas em disputa de poder atualmente.

Questionado sobre a declaração do presidente Lula feita nesta quinta-feira em Xangai contra a dolarização do comércio entre os países-membros do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Padilha minimizou o tema.

— Não afetam a relação com os Estados Unidos, porque a política externa brasileira sempre apostou em uma geopolítica multilateral, em especial com o presidente Lula. (...) É muito importante para o mundo ter atores globais que não estejam restritos a uma polarização — disse.

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