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Padilha: É decisão de Juscelino permanecer no Ministério enquanto se defende

O ministro das comunicações, quando era deputado federal, destinou recursos do Orçamento para asfaltar estrada que passa na fazenda de sua família

Ministro de Relações Institucionais, Alexandre PadilhaMinistro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que caberá ao colega das Comunicações, Juscelino Filho, decidir se irá permanecer no cargo enquanto se defende das acusações que levaram a seu indiciamento nesta semana pela Polícia Federal (PF).

A corporação imputa a Juscelino supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa após investigar desvios de verbas na Codevasf.
 

Como revelou o Estadão, Juscelino Filho, quando era deputado federal, destinou recursos do Orçamento para asfaltar estrada que passa na fazenda de sua família no interior do Maranhão. Depois de assumir o cargo no governo Lula, o ministro usou avião da FAB para ir assistir leilão de cavalos em São Paulo.

Relatório da Controladoria Geral da União confirmou que a aplicação do dinheiro público no asfaltamento beneficiou diretamente as propriedades de Juscelino e família.

"Se ele considera que pode se defender, ocupando [o cargo], fazendo o bom trabalho que está fazendo [no Ministério das Comunicações], é óbvio que é uma questão individual dele", disse.

"Eu tenho sentimento que até agora ele foi se explicar, foi se defender ocupando e exercendo um bom trabalho no Ministério das Comunicações", afirmou, em entrevista ao Papo com Editor, programa semanal do Broadcast Político.

Padilha reiterou que Juscelino conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se defender e dele próprio.

"Nós vamos sempre primar pela presunção da inocência, até porque a gente já viu muita gente ser injustamente condenada publicamente e depois ser visto que não tinha qualquer responsabilidade sobre aquele fato", acrescentou.

"O ministro Juscelino conta, não só comigo, mas certamente com o presidente Lula, com todo o espaço para se defender, para poder provar sua inocência".

Em viagem internacional nesta semana, Lula disse que conversará com o ministro das Comunicações na volta ao País. "Digo para todo mundo, só você sabe a verdade. Se você cometeu erro, reconheça que cometeu. Se não cometeu, brigue pela sua inocência", afirmou o presidente.

Em nota divulgada, o ministro afirmou que o indiciamento é "uma ação política e previsível". "Parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito", indicou. Segundo ele, a investigação "repete o modus operandi da Operação Lava Jato".
 

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