Logo Folha de Pernambuco

Rio de Janeiro

Paes "foge" da polarização nacional e troca farpas com Castro na disputa pela prefeitura do Rio

Relação institucional entre Paes e Castro, adotada durante a gestão do Executivo carioca e o comando do Estado, deu espaço a uma "guerra campal" em entrevistas, debates e redes sociais

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, está na frente das pesquisas das eleições fluminensesO prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, está na frente das pesquisas das eleições fluminenses - Foto: X/Reprodução

Candidato à reeleição para prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), busca se contrapor ao governador Cláudio Castro (PL) em uma estratégia para desconstruir a principal narrativa dos adversários bolsonaristas na disputa, Alexandre Ramagem (PL), apadrinhado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Rodrigo Amorim (União): o apelo para segurança pública.

A relação institucional entre Paes e Castro, adotada durante a gestão do Executivo carioca e o comando do Estado, deu espaço a uma "guerra campal" em entrevistas, debates e redes sociais.

Ao associar Ramagem à política de segurança pública tocada por Castro no governo do Estado, Paes mina a principal arma do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que é a exploração da ligação com Bolsonaro.

O foco do candidato do PSD é desnacionalizar a campanha e evitar uma disputa "Lula x Bolsonaro" em âmbito municipal no berço do bolsonarismo no País

A primeira troca de farpas ocorreu no debate promovido pela TV Band. Paes deu indícios do que deve ser a tônica da campanha ao associar Ramagem ao governador do Rio, sem citar o ex-presidente Bolsonaro ao menos uma vez.

"Deputado Ramagem, o senhor era aliado do Wilson Witzel, aliado do Cláudio Castro. Vocês mandam na segurança há seis anos. O secretário de Segurança do Rio de Janeiro é indicação sua e do senador Flávio Bolsonaro. O que você acha das indicações políticas para comandantes de batalhões e delegacias?", questionou Paes a Ramagem.

Já Ramagem seguiu à risca a estratégia de campanha ao chamar Paes de "soldado de Lula".

A candidatura de Paes tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Ramagem se apoia na associação a Jair Bolsonaro.

Ramagem é uma aposta pessoal do ex-presidente para manter a influência em seu reduto eleitoral.

No fim de semana, Paes voltou a criticar Ramagem e associá-lo a Castro nas redes sociais.

O candidato do PSD reagiu a uma notícia do jornal O Globo sobre uma tentativa do governador de desidratar a coligação do prefeito do Rio.

"É isso mesmo: Cláudio Castro é Ramagem, o Witzel das eleições de 2024! Aliás, os responsáveis pela segurança pública no Rio!", escreveu o prefeito no X (antigo Twitter).

Castro rebateu e disse que Paes "é o maior estelionatário dessas eleições".

Castro, que até a campanha posava ao lado de Paes em agendas conjuntas do governo do Estado e da prefeitura do Rio, partiu para o ataque e chamou o candidato do PSD de "traidor" e "nervosinho" - apelido atribuído ao prefeito por empreiteiros da Odebrecht em delação premiada.

O caso foi arquivado.

"Aliás, Eduardo é o maior colecionador de traições da história do Brasil: já traiu César Maia, Lula, Dilma, Pezão e o seu sócio e pai, Sérgio Cabral", escreveu Castro.

Paes é favorito com folga nas pesquisas de intenção de voto. C

om um recall político de três mandatos à frente da segunda maior cidade do País, Paes chega à disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro com alta popularidade e a expectativa de vitória em primeiro turno - a pesquisa Datafolha mais recente aponta Paes com 53% dos votos válidos.

Ramagem apareceu empatado na margem de erro, com 9%, com o pré-candidato do PSOL, Tarcísio Motta, que tem 7%.

 

Veja também

Bolsonaro alega perseguição e diz inquérito sobre tentativa de golpe é 'historinha'
Investigação

Bolsonaro alega perseguição e diz inquérito sobre tentativa de golpe é 'historinha'

Em live de Gilson, Bolsonaro ataca PF e Moraes ao falar sobre inquérito da tentativa de golpe
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Em live de Gilson, Bolsonaro ataca PF e Moraes ao falar sobre inquérito da tentativa de golpe

Newsletter