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DEPOIMENTO

Pai de Mauro Cid começa a depor à PF

Defesa afirmou que a oitiva do general Mauro Lourena Cid já estava agendada antes da nova prisão do filho dele na última sexta-feira

General Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid General Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid  - Foto: Reprodução/ YouTube

O general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, chegou à sede da Polícia Federal na tarde desta terça-feira para prestar um novo depoimento. A oitiva ocorre quatro dias após o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro voltar a ser preso preventivamente por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Cid aparece em áudios divulgados pela revista "Veja" criticando a forma como a sua delação premiada foi conduzida pela PF. Moraes entendeu que Cid não preservou o sigilo da sua colaboração ao falar sobre o acordo com um interlocutor ainda não identificado e que os áudios causaram embaraço às investigações, o que caracterizaria crime de obstrução de Justiça.

A defesa de Cid informou que o depoimento do general já estava marcado antes do vazamento dos áudios e da nova prisão do seu filho. O militar é investigado no suposto esquema de desvio de joias do acervo presidencial. Ele teria participado da negociação de uma escultura de palmeira presenteada a Bolsonaro durante uma viagem oficial ao Bahrein. O militar chegou a ser alvo de mandados de busca e apreensão em operação deflagrada em agosto de 2023.

Em seu acordo de delação premiada, Cid negociou com a PF que aceitava entregar novos elementos com a condição de que os seus familiares não fossem envolvidos nas investigações.

Na última sexta-feira, Cid foi intimado a ir ao Supremo prestar esclarecimentos sobre os áudios a um juiz do gabinete de Moraes. E acabou saindo de lá preso por descumprimento de medidas cautelares e obstrução. Na audiência, Cid confirmou todo o teor da sua colaboração premiada, disse que não houve coação da parte da PF e que fez aquelas declarações como um "desabafo" e "uma forma de expressar".

"Nunca houve induzimento às respostas. Nenhum membro da Polícia Federal o coagiu a fala algo que não teria acontecido", disse Cid, segundo a transcrição da ata do depoimento.

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