Eleições 2022

País tem reta final eletrizante para primeiro turno das eleições

Lula e BolsonaroLula e Bolsonaro - Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação | José Cruz/Agência Brasil

O país entrou neste domingo (25) na reta final da campanha eleitoral, um duelo eletrizante entre os arquirrivais Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo as pesquisas de opinião, pode ser definido já no primeiro turno, em 2 de outubro, em favor do ex-presidente.

"O que temos é que conversar com milhões de pessoas que estão indecisas ou pensam em se abster", disse Lula neste domingo no Rio de Janeiro, durante ato que contou com a presença de milhares de apoiadores na quadra da escola de samba Portela.

Segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, Lula reúne 47% das intenções de voto, ante 33% para Bolsonaro, e pode vencer no primeiro turno, se conseguir mais de 50% dos votos válidos (descontando nulos ou em branco).

"As pesquisas dizem que existe uma possibilidade real de que Lula vença no primeiro turno", aponta Fernanda Magnotta, coordenadora de Relações Internacionais da Faap, em São Paulo.

O ex-líder sindical, que deixou a presidência com um índice de aprovação acima de 80% e voltou à arena política após um período na prisão e com a imagem manchada pelo escândalo de corrupção da Lava Jato, poderia se beneficiar do "voto útil" vindo dos eleitores de candidatos menos competitivos, como Ciro Gomes e Simone Tebet (5%).

Nos últimos dias, Lula conquistou apoios como o implícito do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o de sua ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Políticos e intelectuais da América Latina pediram a Ciro Gomes em carta aberta que desistisse da disputa, para facilitar a vitória de Lula.

Além do "voto útil", Lula está focado em combater a abstenção, que ficou em torno de 20% em 2018. "O governo dele foi muito bom, formei meus filhos, conquistei coisas materiais, tipo um carro. Quero que ele volte, para que seja como antes", disse neste domingo à AFP Sandra Chaves, eleitora negra de 60 anos, durante o ato no Rio de Janeiro.

Bolsonaro é apoiado por setores influentes, como o evangélico, empresarial e agrícola, mas enfrenta a resistência do eleitorado feminino e dos mais pobres, que preferem Lula, apesar do auxílio mensal de 600 reais distribuído desde agosto pelo governo atual.

O presidente afirma que as pesquisas, que o mostram em desvantagem, mesmo em um eventual segundo turno, mentem. "Se Deus quiser, venceremos no primeiro turno", insistiu Bolsonaro hoje, durante transmissão ao vivo nas redes sociais. "Como pode o outro candidato, que a imprensa diz que pode ganhar o primeiro turno, não vai para rua?", questionou. Vai ganhar no primeiro turno? Eu acho difícil. Difícil não, impossível. E ponto final."

Bolsonaro prepara para a última semana motociatas pela região sudeste, que concentra mais de 42% dos eleitores do país.

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