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Política

Pandemia, preço dos combustíveis e reformas estruturais: relembre críticas de Zema a Bolsonaro

Integrante no Novo, governador deve demonstrar apoio mais incisivo a presidente no segundo turno

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) - Foto: Divulgação

Visto por aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma importante chave para reverter o quadro eleitoral em segundo turno, o governador Romeu Zema (Novo), reeleito no domingo, nunca protagonizou embates muito diretos com o mandatário. Ao mesmo tempo, também não deixou de tecer críticas ao governo federal, como ao dar sua opinião sobre a condução errática do Ministério da Saúde na pandemia e dizer que políticas de reformas estruturais ficaram em segundo plano durante o mandato de Bolsonaro.

Além disso, Zema se posicionou de forma contrária ao projeto de lei que reduziu o preço dos combustíveis nos estados, dizendo que “não serviria para nada”, por conta da variação do câmbio e do preço internacional do petróleo — índices sobre os quais a legislação não exerceria influência. Outro caso aconteceu em entrevista ao jornal Estado de Minas, no mês de junho, quando Romeu Zema disse que Bolsonaro poderia ter feito “muito mais” pelo estado:

"Fez? Fez. Vamos ter aqui o metrô de Belo Horizonte, que foi fruto do ministro Tarcísio (candidato do Republicanos ao governo de São Paulo), mas queríamos que as rodovias federais tivessem recebido uma atenção maior, uma manutenção maior, que a 262 sentido Triângulo tivesse recebido recursos para ser duplicada. Tivemos um apoio, tivemos alguma coisa, mas eu gostaria de muito mais e tenho cobrado. Não estou satisfeito, porque Minas merece mais", disse.

Também em relação a um quadro geral da gestão Bolsonaro, o integrante do partido Novo disse que o Brasil estaria “ficando para trás” em relação a outros países. A declaração foi dada em entrevista ao Estadão em fevereiro. Na ocasião, o mineiro disse que o governo “acabou deixando de lado as reformas estruturais”, tema valorizado pelos brasileiros, na sua opinião:

"Infelizmente, há muita objeção, há muita pressão para que nenhuma mudança seja feita".

Durante a pandemia da Covid-19, os dois tiveram poucos impasses. Assim como Bolsonaro, Zema chegou a criticar o isolamento social e minimizar os impactos da doença no cotidiano dos brasileiros. No entanto, em ao menos três situações, a atuação do presidente desagradou o governador.

Em relação à realização da Copa América no Brasil, em junho de 2021, Zema integrou o grupo daqueles que consideravam irresponsável sediar grandes eventos com a alta de casos diagnosticados. O depoimento foi dado à CNN:

"Num momento de pandemia, em que os hospitais ainda continuam com um nível de ocupação extremamente elevado, em que a possibilidade de uma terceira onda não está descartada, eu avalio como não prudente nós fazermos qualquer evento que tenha aglomeração", disse o governador na ocasião.

No mesmo mês, ele também criticou a postura do presidente de andar sem máscara e promover aglomerações. Em coletiva de imprensa, o governador disse que a atitude de Bolsonaro gerava questionamentos sobre a pandemia e lamentou o comportamento: “Ajudar, não ajuda”.

Sobre as medidas utilizadas durante a crise sanitária, Zema disse, ao Estado de Minas, que houve “uma falha de comunicação muito grave” por falta de um comando único. Na opinião do mineiro, faltou um “programa nacional de comunicação”. A falta de centralidade teria sido a responsável pelo desprezo da população com o vírus.

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