Política

Para enfrentar grupo de Alcolumbre, MDB diz que terá candidato único ao comando do Senado

Tradicionalmente, a maior bancada tende a ser escolhida para comandar o Senado

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) - Foto: Agência Brasil

Maior bancada do Senado, o MDB decidiu nesta quarta-feira (16) que lançará um candidato único do partido na disputa pela presidência da Casa, cuja eleição está marcada para fevereiro de 2021.

A sigla, que reúne 13 senadores, tenta reagir à tentativa do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de eleger um sucessor de seu entorno político, cujo principal pré-candidato é atualmente Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Tradicionalmente, a maior bancada tende a ser escolhida para comandar o Senado. Isso, no entanto, foi quebrado na eleição do ano passado, quando o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), com apoio do governo de Jair Bolsonaro, conseguiu derrotar Renan Calheiros (MDB-AL).

O MDB, contudo, ainda vai decidir quem será o candidato do partido. Estão na lista: o líder da bancada, Eduardo Braga (AM); o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE); o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e a senadora Simone Tebet (MS).

A reunião desta quarta teve o objetivo de evitar disputa interna. "A bancada do MDB decidiu pelo consenso interno, comprometendo-se a dialogar com todas as bancadas para apresentar um candidato único do partido para a sucessão da presidência do Senado", informou em nota.

O líder do partido no Senado, Eduardo Braga, afirmou que não existe chances de o MDB vir a abrir mão de uma candidatura, com o andar da negociação com as outras siglas. "Foi uma reunião em que o MDB assumiu um compromisso de unidade partidária, assumiu um compromisso com as reformas que o Brasil precisa e com um programa de vacinação, que é necessário para enfrentar a Covid", afirmou o líder.

"E se coloca como um partido unido com uma única candidatura", completou. O DEM, partido de Alcolumbre, comanda hoje as duas Casas -na Câmara, o presidente é Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Alcolumbre e Maia articulavam para tentar a reeleição. Mas esse plano foi barrado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que, por maioria, declarou a recondução inconstitucional. A Constituição proíbe os chefes das Casas de tentarem a
reeleição no posto dentro da mesma legislatura -a atual começou em fevereiro de 2019 e vai até fevereiro de 2023.

Até então, Alcolumbre era favorito e Maia, apesar de divergências dentro de seu bloco de apoio, era um forte candidato. Sem os dois na disputa, o DEM tenta negociar com outros partidos para conseguir se manter à frente de pelo menos uma das Casas.

Com a indefinição no candidato a ser apoiado por Maia, o DEM tem elevado suas apostas em permanecer no comando do Senado, com Pacheco. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), em conversa virtual com jornalistas, informou que a movimentação no MDB se deu justamente por uma "preocupação" com a movimentação de Alcolumbre para lançar um candidato governista.

No entanto, ela ressalta que a candidatura de Pacheco já esteve mais forte há 48 horas do que está atualmente.
A senadora, que anunciou sua intenção de ser candidata, afirmou que o Senado precisa respeitar a regra da proporcionalidade, com a presidência nas mãos da maior bancada.

"A proporcionalidade é a única coisa que nos diferencia do balcão de negócios da Câmara", afirmou a senadora. Ela afirmou que o projeto de Alcolumbre, ao lançar seu próprio candidato, representa a "perda de independência" da Casa.

Simone Tebet afirmou que os quatro postulantes do partido estão liberados para negociar com as outras bancadas, em busca de apoio para suas candidaturas. No entanto, o que obtiver mais sucesso nesse processo, será apoiado por todos os demais senadores do partido.

"São 41 votos para ser eleito presidente do Senado. Quem [dos candidatos] alcançar esse número será o candidato do MDB", afirmou. A senadora também afirmou que os candidatos do partido tem "atributos e fraquezas". Ela cita por exemplo que seus três rivais na corrida são líderes, o que pode facilitar conseguir votos com governistas. Por outro lado, argumenta, podem não ter acesso ao votos dos independentes.

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