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Parlamento do Mercosul começará a discutir integração energética dos países partes

Imagem aérea da Usina de ItaipuImagem aérea da Usina de Itaipu - Foto: Wikipedia

A Comissão de Infraestrutura, Transportes, Recursos Energéticos, Agricultura, Pecuária e Pesca do Parlamento do Mercosul aprovou nesta quinta-feira (23) a realização de um seminário para debater a integração energética dos países partes.

O objetivo é avaliar o potencial de geração ocioso das centrais hidrelétricas da região, principalmente de Itaipu, a fim de redistribuir melhor os recursos e reduzir a dependência de alguns países da geração termelétrica, que polui mais e tem custo maior.

O congressista Ricardo Canese (Paraguai) disse que o tema é, ao mesmo tempo, fundamental e complexo. Segundo ele, enquanto Itaipu deixa escoar por suas comportas um potencial de geração de 6 milhões de megawatts/h por ano, países como Chile e Argentina acionam termelétricas para produzir energia a partir da queima de combustíveis fósseis.

"Em vez de jogar fora essa energia, deveríamos compartilhar esse potencial de geração hidrelétrica e deixar de usar termelétricas. Milhões de dólares poderiam ser usados para qualquer outro fim benéfico, seja no combate à pandemia ou em investimentos na infraestrutura”, observou Canese.

A ideia, segundo ele, é evitar desperdício energético ao mesmo tempo em que se reduz a emissão de poluentes.

O Brasil esteve representado na reunião virtual desta quinta pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR).

O início de um debate sobre a integração energética do Mercosul consta de projeto assinado por 24 congressistas do bloco, entre os quais o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) e o senador Humberto Costa (PT-PE).

Presidente da comissão, o congressista Enzo Cardoso (Paraguai) ressaltou que, por envolver questões políticas e técnicas, esse processo de integração poderá levar anos. "É um processo que demorar muito tempo, porque envolve questões politicas e técnicas de cada pais, além de demandar um debate sobre a conveniência econômica.”

Ainda sem data marcada, o seminário deverá reunir acadêmicos, ministros de Minas e Energia, ou similares, dos países partes e representantes da iniciativa privada e de entidades da sociedade civil.

As conclusões dos debates deverão ser posteriormente analisadas separadamente nos parlamentos de cada país e em reunião do plenário do Parlamento do Mercosul.

Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, Itaipu fornece cerca de 11,3% da energia consumida no Brasil e 88,1% do consumo paraguaio.

É a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta, tendo produzido mais de 2,68 bilhões de MWh desde o início de sua operação até o final do ano de 2019.

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