Parlamento Europeu condena ataques golpistas no Brasil
Texto recomenda que o ex-presidente "e alguns dos seus apoiadores políticos aceitem o resultado democrático das eleições"
Com 319 votos a favor e 46 contra, o Parlamento Europeu aprovou, nesta quinta-feira (19), uma resolução em que condena os ataques golpistas ocorridos no Brasil no último dia 8, em Brasília (DF). Os parlamentares representam todos os países da União Europeia. A informação é da Carta Capital.
A instituição lamentou “as tentativas do ex-presidente Bolsonaro e de alguns dos seus apoiadores políticos de desacreditarem o sistema de votação e as autoridades eleitorais, apesar de não haver provas de fraude eleitoral”.
O texto recomenda que o ex-presidente “e alguns dos seus apoiadores políticos aceitem o resultado democrático das eleições”. Sugere, também, que o Brasil adote uma legislação que regule as plataformas de redes sociais e as empresas de tecnologia, com vistas a “combater e prevenir eficazmente a propagação em linha de discursos de ódio e desinformação”.
Na resolução aprovada, os parlamentares expressaram, também, “preocupação com atos e omissões de agentes públicos”. A resolução atribui a omissão ao governador afastado do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, e ao comando da Polícia Militar do DF.
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A redação aponta a ligação entre os ataques golpistas e de vandalismo promovidos em Brasília e os que ocorreram no Capitólio, nos Estados Unidos, em janeiro de 2021.
Um dos poucos defensores de Jair Bolsonaro no Parlamento Europeu foi Hermann Tertsch, da extrema-direita da Espanha, que alegou, sem provas, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) integra uma “rede narco-comunista”.
Por conta da soberania nacional dos países, a resolução não tem força de lei. Demonstra, no entanto, o alcance do debate global sobre a situação da democracia brasileira, expressando o isolamento internacional de Bolsonaro. A resolução será enviada ao governo brasileiro.