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Política

Partido de Bolsonaro, PL quer chegar a 1 milhão de filiados, mas histórico mostra dificuldade

Legenda planeja usar presidente da República como garoto-propaganda para atrair novos integrantes e ampliar presença no Congresso

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR

Com o presidente Jair Bolsonaro como garoto-propaganda, o PL quer reforçar a identidade do partido e chegar a 1 milhão de filiados em pouco mais de um mês.

O plano é do novo vice-presidente da legenda, o deputado federal Capitão Augusto (SP), escolhido no fim do mês passado para a função. Entretanto, o histórico dos últimos partidos de Bolsonaro — o PSL, pelo qual ele se elegeu, e o Aliança pelo Brasil, que ele tentou formar — mostra que a tarefa não será fácil.

— A gente precisa aumentar o número de filiados. O MDB tem 2 milhões de filiados, enquanto só temos 700 mil. Quero ver se consigo até o fim do mês que vem ultrapassar a marca de 1 milhão de filiados — afirma Augusto.
 

O parlamentar reclama que diversas autoridades do partido não citam a legenda em suas publicações em redes sociais, e diz que pretende mudar isso para fortalecer a imagem do PL.

— O que eu detectei nesse começo de mandato de vice-presidente é que tem muito vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal que fazem publicações e não estão citando o partido. Isso aí já ajuda demais. Vou estar estimulando o pessoal a estar fazendo isso.

Ele projeta que 25 deputados devem se filiar ao PL na janela partidária, a maioria de dissidentes do PSL, o que faria com que o partido ficasse com a maior bancada na Câmara do Deputados. A intenção é utilizar eventos de filiação dos parlamentares para aumentar o número total de membros.

A entrada de Bolsonaro, no entanto, não é garantia para um salto de filiados dessa magnitude. O PSL, por exemplo, tinha 227 mil filiados em dezembro de 2017, antes da filiação do então pré-candidato, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse número passou para 241 mil em dezembro de 2018, depois da eleição, e 347 mil no fim do ano seguinte, logo após o presidente deixar o partido.

Ao se desfiliar do PSL, Bolsonaro anunciou a intenção de criar um novo partido, que se chamaria Aliança pelo Brasil. A intenção era criar uma legenda verdadeiramente conservadora e de direita. Entretanto, o plano foi abandonado devido à dificuldade de coleta de assinaturas, e o presidente acabou escolhendo uma sigla do Centrão.

Oficialmente, o Aliança continua em processo de formação. Contudo, até o momento só foram apresentadas 180.325 assinaturas ao TSE, menos da metade dos 492 mil apoios necessários.

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