Partido de Lira tenta adiar novamente eleição de governador-tampão em Alagoas, sob críticas de Renan
Após adiamento do pleito na semana passada, Assembleia Legislativa marcou votação para sucessor de Renan Filho (MDB) neste domingo. PP alega que prazo é 'diminuto'
O PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira, entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de adiar novamente a eleição de um governador-tampão em Alagoas, marcada para este domingo. No pedido enviado ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso, a sigla afirmou que a Assembleia Legislativa alagoana estabeleceu um “diminuto prazo” para a votação.
Gilmar ainda não se manifestou sobre o recurso. Os advogados do PP argumentam que o edital anterior da eleição, que será realizada de forma indireta, pela assembleia, trazia um prazo de 21 dias para inscrição de candidatos. Nessa hipótese, a votação ficaria para o início de junho. Nas redes sociais, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou o pedido, e chamou Lira de “embrião do golpismo”.
“Em mais uma chicana, depois da decisão do STF, com propósito único de procrastinar, o PP tenta adiar a eleição constitucional de Alagoas”, escreveu Renan.
A eleição ocorreria na semana passada, mas foi suspensa e modificada pelo STF. Gilmar determinou que os candidatos a governador e vice precisam estar inscritos numa mesma chapa. O modelo original previa votos separados para os dois cargos.
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A pedido de Gilmar, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, marcou uma sessão extraordinária no plenário virtual da Corte na sexta-feira para que os demais ministros votem se mantêm ou não a decisão do relator. Entre os pontos contestados pelo PP, mas que foram mantidos pela decisão de Gilmar, estão o voto aberto por parte dos deputados e a falta de exigência de convenções partidárias para indicar os candidatos.
“Todos sabem que o ministro Gilmar Mendes corrigiu umas das irregularidades praticadas pelo grupo calheirista. Há outras ainda”, publicou Lira em suas redes.
Aliados de Renan afirmam que a demora na eleição indireta prejudica o candidato do MDB, Paulo Dantas, tido como favorito já que o partido tem a maior bancada da assembleia. Dantas planeja assumir o governo-tampão e tornar-se mais conhecido para tentar a reeleição em outubro. A eleição fora de época ocorre porque o ex-governador Renan Filho(MDB) deixou o cargo vago ao renunciar, em abril, para concorrer ao Senado.