Logo Folha de Pernambuco

DESEMBARGADORES

"Passamos por momento desafiador", diz desembargadora do TJ-MT que liberou "vale-peru"

A mensagem foi enviada por Whatsapp aos desembargadores e juízes mato-grossenses no dia 27

"Passamos por momento desafiador", diz desembargadora do TJ-MT que liberou "vale-peru""Passamos por momento desafiador", diz desembargadora do TJ-MT que liberou "vale-peru" - Foto: Freepik/Reprodução

Ao comunicar seus colegas desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que eles terão de devolver os R$ 10 mil que receberam em dezembro a título de auxílio alimentação - o penduricalho que ficou conhecido como 'vale-peru' -, a presidente da Corte Clarice Claudino da Silva indicou que o TJ passa por um "momento desafiador".

Em meio à turbulência causada pelo 'vale-peru', também denominado 'vale-ceia', a magistrada 'rogou a compreensão de todos os queridos magistrados e magistradas' para que o valor seja restituído "o mais breve possível".

A mensagem foi enviada por Whatsapp aos desembargadores e juízes mato-grossenses no dia 27, três dias após a Corte estadual contrariar a ordem do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, e pagar magistrados e servidores.

O Tribunal sustenta que, quando foi intimado pelo Conselho Nacional de Justiça a não conceder o penduricalho, o "pagamento já havia sido operacionalizado e não foi possível efetivar o cumprimento".

No texto endereçado a seus pares, Clarice pediu a "compreensão" de todos. Ela aproveitou a ocasião para desejar que "o próximo ano seja pleno de saúde, paz, proteção e prosperidade." "Fraternal abraço!", finalizou.

As orientações para a devolução do 'vale-peru' serão passadas pelo e-mail institucional. Os magistrados terão de devolver o montante recebido em uma parcela única, a ser depositada diretamente na conta do Tribunal de Justiça. No caso dos servidores, o Tribunal propôs à Corregedoria Nacional de Justiça que a devolução seja parcelada, com desconto na folha de pagamento.

O 'vale-peru' de R$ 10 mil foi concedido "excepcionalmente" em dezembro. Não é a primeira vez que os magistrados de Mato Grosso recebem benefício tão encorpado - em dezembro do ano passado, o TJ pagou R$ 6,9 mil aos servidores e magistrados da Corte; nos outros meses, o vale alimentação é de R$ 2 mil.

O Tribunal de Mato Grosso está entre os primeiros lugares no ranking das Cortes que melhor remuneram seus magistrados. Os subsídios chegam, em média, a R$ 116 mil para cada desembargador, em valores líquidos - ou seja, já com descontos de imposto de renda e outros.

Clarice Claudino da Silva ganha R$ 130 mil por mês, livres de descontos, ou seja, quase quatro vezes o teto do funcionalismo instituído pelo Supremo Tribunal Federal.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso está em evidência desde agosto, em razão de investigações sobre suposto esquema de venda de sentenças na Corte. O inquérito já levou ao afastamento de três magistrados, entre eles os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho.

A apuração é conduzida pelo Supremo Tribunal Federal em razão de suspeitas recaírem sobre assessores de gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça.
 

Veja também

Eleitores que não votaram devem justificar ausência até 7 de janeiro
Justificativa

Eleitores que não votaram devem justificar ausência até 7 de janeiro

Luciana Albuquerque promete redução das filas de espera para segunda gestão na Secretaria de Saúde
SECRETARIADO

Luciana Albuquerque promete redução das filas de espera para segunda gestão na Secretaria de Saúde

Newsletter