Paulo Teixeira responsabiliza Lira e isenta governo pelo cancelamento do depoimento de Rui Costa
Relator da CPI do MST, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) reagiu e afirmou que Costa liderou uma articulação para não prestar esclarecimentos ao colegiado
Em depoimento à CPI do MST, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, responsabilizou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pelo cancelamento do depoimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao colegiado. Ele isentou o governo de responsabilidade e afirmou que não houve qualquer articulação para esvaziar a CPI, com a retirada de membros por parte de partidos que negociam ministérios, como o PP e o Republicanos. Nesta quarta, Lira, que é do PP, anulou o requerimento de convocação de Costa. Quando o assunto foi mencionada na CPI, Teixeira disse que a decisão competiu, exclusivamente, a Lira.
— O ministro Rui não tem poder nesta Casa, diante de uma decisão interna. O Rui Costa não se negaria a vir aqui — afirmou.
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Relator da CPI do MST, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) reagiu e afirmou que Costa liderou uma articulação para não prestar esclarecimentos ao colegiado.
— Eu peço para que o senhor não se exponha dizendo isso. O Papai Noel não existe. Ele usou a máquina do governo para retirar deputados desta Comissão, sem falar da infinidade de pessoas da base do governo que pediram a retirada desta convocação. Se ele tivesse tanta confiança, viria aqui e se colocaria. Costa fugiu, fez de tudo para não vir — respondeu.
Nesta quarta, o relator do colegiado, Ricardo Salles (PL-SP), afirmou que não pedirá mais a prorrogação dos seus trabalhos por 60 dias, diante da interferência do presidente da Câmara. Salles definiu o ato como "um péssimo precedente" e fez menção à manobra do Republicanos, que retirou dois bolsonaristas da CPI do MST.
Nem mesmo o presidente da CPI do MST, Coronel Zucco (RS), que é do Republicanos, foi avisado pela cúpula da legenda sobre a manobra do partido para esvaziar o colegiado: na noite desta terça, o líder da legenda, Hugo Motta (PB), enviou um ofício a Lira informando o desligamento do titular Messias Donato (ES) e do suplente Diego Garcia (PR), que foram destituídos da comissão. Oficialmente, o partido não deu justificativa para a decisão.
— Diante dessas manobras regimentais e a clara mobilização de partidos que estão negociando espaços no governo, não há motivos para ampliar o prazo. A migração desses partidos para o governo já deixa isto claro. É um péssimo precedente. Essas manobras prestam um desserviço para o Brasil — disse Salles.
Desde o mês passado, quatro terrenos foram ocupados pelo MST em Pernambuco, Bahia e Goiás, inclusive em área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), referência para o desenvolvimento de tecnologia no campo. As ações intensificaram os trabalhos da comissão.