Pelo menos 26 mil não conseguem votar em aplicativo das prévias do PSDB
Sistema enfrenta lentidão desde 8h. Partido escolhe hoje seu candidato à Presidência da República em 2022
Pelo menos 26 mil filiados ao PSDB enfrentam dificuldades para votar nas prévias presidenciais neste domingo (21). O diretório estadual de São Paulo afirma que o problema persiste desde às 8h, quando o aplicativo de votação começou a apresentar lentidão.
A eleição interna deve definir o candidato à Presidência da sigla em 2022. Os governadores João Doria e Eduardo Leite e o ex-prefeito Arthur Virgílio disputam o pleito.
Doria e Virgílio informaram que vão encontrar o presidente do partido Bruno Araujo em busca de um entendimento para o problema.
O diretório paulista, que é controlado pelo grupo de Doria, informou que já pediu providências e aguarda que o sistema de votação seja retomado o mais brevemente possível, evitando assim um "prejuízo enorme para o filiado exercer o seu direito ao voto".
"O aplicativo apresenta instabilidade, o que tem impossibilitado os filiados de votarem. Até o momento, foram 4h30 praticamente sem o funcionamento do aplicativo. Somente em São Paulo são cerca de 26 mil (62% do total) credenciados que, neste momento, não conseguem acesso ao voto", afirma Marco Vinholi, presidente estadual do PSDB-SP.
Aliados de Leite também manifestaram preocupação. Em nota, os diretório tucanos de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul pediram uma solução ao partido para o problema no aplicativo.
"O que se confirmou é bem mais do que uma instabilidade e, na realidade, uma dimensão inviabilizadora do direito legítimo do voto", afirma Paulo Abi Ackel, que é presidente do diretório mineiro e deputado federal.
Presidente do diretório gaúcho, o deputado Lucas Redecker, pediu uma reunião extraordinária da Comissão Executiva Nacional, que reúne a cúpula da sigla, para pacificar a situação.
O aplicativo Prévias PSDB foi desenvolvido por uma fundação ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs) e já motivou uma série de atritos entre os grupos de Doria e Leite durante as primárias. A primeira delas foi pelo fato de o software ter sido gestado em solo gaúcho.
Embora os desenvolvedores do partido sejam do Rio Grande do Sul, como o governador Eduardo Leite, aqueles que testam sua eficácia e tentam encontrar falhas estão em São Paulo. Não por acaso, o partido contratou não só a Kryptos, mas também uma consultoria ligada à Universidade de São Paulo (USP) e, mais recentemente, ainda outro consultor de Pernambuco.
Leia também
• Programas, planos e promessas de Bolsonaro para o ano eleitoral já chegam a R$ 90 bilhões
• Abdallah Hamdok reassume como premiê um mês após golpe no Sudão
• 'Invisibilidade e Registro Civil' é tema da redação do Enem, que começou este domingo
Existe ainda uma comissão das prévias, formada por políticos aliados de Leite e Doria, que deu parecer favorável ao uso do aplicativo. Nas últimas semanas, a Kryptos apontou diversas fragilidades no aplicativo, mas a maior parte delas foram sanadas. Aliados de Leite pediram atéo adiamento do pleito após o surgimento de um vídeo de um vereador que ensinava a fraudar o sistema. O partido, porém, informou depois que havia solucionado os problemas.
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, foi o principal defensor do software encampou a iniciativa a que sempre classificou como "inovadora".
Ao todo, 44.700 tucanos se cadastraram no país para escolher o candidato da sigla à presidência da República em 2022. A disputa é entre os governadores João Doria e Eduardo Leite e o ex-prefeito Arthur Virgílio. Em paralelo, ocorre um evento presencial do partido com urnas eletrônicas em Brasília.
De acordo com o comando do partido, cerca de 90% dos mandatários do partido se registraram no aplicativo e estão aptos a votar. Esse números incluem todos os 72 deputados estaduais, 34 deputados federais e sete senadores tucanos. Além disso, 491 prefeitos e 397 vice-prefeitos do partido estão cadastrados, o equivalente a 95% do total. Outros 3.949 vereadores se inscreveram para a votação.