Pesquisa para escolha de candidato da terceira via deve ser divulgada dia 18
Siglas como PSDB, MDB e Cidadania tomarão decisão de candidatura única com base em levantamento
A pesquisa que deve nortear a escolha de uma candidatura única da terceira via à Presidência da República deve ser apresentada no próximo dia 18. O anúncio foi feito nesta quinta-feira por MDB, PSDB e Cidadania, cujos dirigentes tentam chegar a um acordo para viabilizar uma chapa alternativa à polarização.
O levantamento deve ser realizado pelo Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento e deve levar em consideração tanto critérios de pesquisa quantitativa, quanto qualitativa. A discussão sobre a candidatura, no entanto, está cercada de divergências entre os partidos e pré-candidatos como a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o ex-governador João Doria (PSDB).
O MDB e Tebet querem que a decisão leve em consideração o potencial de crescimento do candidato em pesquisas qualitativas, o que colocaria Doria em desvantagem. Isto porque o paulista precisa aplacar uma rejeição de quase 30%, a mais alta entre os nomes de centro. Doria defendia que a definição do candidato tome como base pesquisas quantitativas, já que na média dos levantamentos ele pontua melhor que Tebet.
A proposta dos parâmetros foi apresentada pelo MDB e acabou aceito pelas outras siglas, o que foi lido internamente como mais um sinal de enfraquecimento de Doria.
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O paulista tentou protagonizar as negociações, mas acabou isolado e viu alguns de seus aliados darem carta branca para que o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, siga à frente das negociações.Araújo acumula desavenças com Doria e foi demitido da coordenação de campanha de Doria. Ainda assim, na última terça-feira, a bancada federal fez uma nota de apoio ao presidente do PSDB.
Hoje, pessoas próximas que acompanham as negociações avaliam que Tebet ganhou força no PSDB em razão da resistência interna que Doria enfrenta.
Apesar do cenário desfavorável, Doria segue na disputa. Como venceu as prévias presidenciais no ano passado, seus aliados afirmam que o paulista tem a prerrogativa de ser o candidato a presidente. O estatuto do PSDB diz que o vencedor das primárias deve ser avalizado na convenção da sigla. Para o grupo de Doria, caso ele não seja o candidato, é possível judicializar o processo e recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir a candidatura.
Assim como Doria, Tebet também tem dificuldades no MDB e terá que dividir palanques nos estados com o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro. Nas últimas semanas, porém, a senadora conseguiu reunir apoio da maior parte dos diretórios do MDB e sua candidatura tem sido vista internamente como uma forma de pacificar sigla e frear uma tendência interna ao bolsonarismo.