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"Pessoal está criando muita coisa", diz Tarcísio sobre investigação que mira Bolsonaro por golpe

Governador afirma que vai estar "sempre" junto do ex-presidente e que não há elementos que justifiquem a sua "responsabilização"

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro  - Foto: Instagram/Reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira, dizendo não enxergar elementos que justifiquem a "responsabilização" do ex-titular do Planalto, alvo de investigação por articular um golpe de Estado e atacar o sistema eleitoral. O governador ainda alegou que "muita coisa" está sendo criada e reafirmou que estará ao lado do aliado "sempre", nos "momentos bons e difíceis".

A Polícia Federal reuniu uma série de provas que implicam Bolsonaro e a cúpula de seu governo na tentativa de golpe. Por exemplo, um texto que foi encontrado na sala de Bolsonaro na sede do PL, em Brasília, com argumentos para a decretação de estado de sítio e de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Também foi divulgado o vídeo de uma reunião do dia 5 de julho de 2022 na qual Bolsonaro mobiliza ministros a atuarem contra o processo eleitoral.

— Sinceramente, eu não consigo ver — e essa não é uma opinião minha, tem muitos juristas divididos — nada que traga uma responsabilização para ele (Bolsonaro). Não vejo. Acho que o pessoal está criando muita coisa. Com o tempo, tudo vai ser esclarecido. Confio muito num cara que eu aprendi a admirar, que eu trabalhei junto, que a única coisa que eu vi nesse tempo todo que eu trabalhei com ele foi preocupação com as pessoas, mais nada. Vou estar junto dele. Sempre — disse Tarcísio.

O governador de São Paulo ainda ressaltou que tem uma "relação fraterna" com Bolsonaro.

—Uma coisa que a gente tem que entender: lealdade e gratidão não vão embora nunca. Eu vou estar do lado do Bolsonaro seja em que momento for. Nos momentos bons, nos momentos difíceis. Se o presidente está precisando do apoio, eu vou estar do lado dele —declarou Tarcísio.

O governador vinha evitando declarações públicas sobre a operação da PF que mirou o ex-presidente. Como mostrou O Globo, nas últimas duas semanas, Tarcísio esteve em agendas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), trocando afagos em eventos de entrega de obras e parcerias.

Tarcísio foi cobrado a se posicionar pelo coronel Ricardo Mello Araújo, indicado por Bolsonaro para ser vice na chapa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). O coronel, que é ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), marcou o governador num vídeo em que pede para líderes de direita, em especial, os governadores, para se manifestarem.

— Esses governadores precisam se manifestar, para a gente até entender se está certo, se está errado. Porque o povo está meio perdido e precisa estar ouvindo a voz de quem a gente votou. Cadê o povo da direita se manifestando — afirmou Mello Araújo.

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