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investigação

PF avalia que eventual rescisão de delação de Cid não impacta investigações

Tenente-coronel foi preso nesta sexta-feira após descumprir medidas cautelares

Mauro CidMauro Cid - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Investigadores da Polícia Federal avaliam que uma eventual rescisão do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, não resultaria em prejuízo às apurações em cursos. A avaliação dos agentes é que boa parte das apurações se sustenta no material apreendido nos computadores e celulares de Cid e não propriamente no que ele relatou.

O tenente-coronel foi preso novamente nesta sexta-feira por ter descumprido medidas cautelares e por obstrução à Justiça. A validade do acordo ainda está sob análise.

Após firmar o acordo, em setembro do ano passado, Cid colaborou em diferentes investigações em curso, como a que apura suspeitas de tentativa de golpe de Estado, de fraudes em cartões de vacinação e de desvio de joias da Presidência da República.

Quando Cid fechou a delação, em setembro, os inquéritos que tratavam da fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e da venda de joias do acervo presidencial no exterior já estavam em estágio bem avançado de apuração. Em sua colaboração, Cid contribuiu em especial na investigação sobre o suposto roteire do golpe para manter o ex-presidente no Bolsonaro no cargo que ocupava à época.

Neste caso, no entanto, foi corroborado pelos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Júnior, que falaram na condição de testemunhas. O general era o superior de Cid na Força e participou efetivamente das reuniões que trataram sobre a minuta golpista.

O mandado de prisão preventiva foi expedido nesta sexta-feira, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao fim de audiência na qual o ex-ajudante de ordens confirmou os termos da delação. A validade do acordo ainda está sob análise.

Cid foi chamado à Corte após a divulgação de áudios, pela revista Veja, em quais critica a forma como a PF e Moraes conduziram os seus depoimentos. Nas mensagens, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre fatos que não teriam acontecido ou dos quais ele não teria conhecimento. A PF avalia rescindir a delação, como mostrou a colunista Bela Megale.

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