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Justiça

PF conclui investigação e diz que filho de Moraes foi alvo de agressão no aeroporto de Roma

Investigação trata do episódio em que uma família paulista brigou com o ministro na porta de uma sala VIP do aeroporto da capital italiana

Alexandre de Moraes aparece em vídeo gravado por empresário em aeroporto Alexandre de Moraes aparece em vídeo gravado por empresário em aeroporto  - Foto: Reprodução

A Polícia Federal concluiu a investigação sobre o episódio da confusão envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no aeroporto de Roma, na Itália, em julho de 2023, e apontou que o filho do magistrado, Alexandre Barci de Moraes, foi alvo de agressão. O relatório da PF foi encaminhado à Corte no último dia 9.

Segundo a PF, os "elementos informativos obtidos atestam, de modo suficiente", que Alexandre Barci de Moraes foi alvo do crime de "injúria real" cometido pelo empresário Roberto Mantovani Filho.

No documento, a PF explica que as imagens, por não terem áudio, não provam de maneira "cabal" que os envolvidos no episódio proferiram ofensas a Moraes ou a seus familiares e que "tampouco demonstram" ofensas que teriam sido feitas pelo filho do ministro.

Por outro lado, os investigadores dizem que as imagens "mostram com clareza" o momento em que Roberto Mantovani Filho se dirige "de modo incisivo" ao filho do ministro, "o atinge no rosto com a mão direita, causando o deslocamento dos óculos do atingido".

De acordo com o delegado Hiroshi Sakaki, que conduziu o caso, não seria o caso de indiciamento do empresário pelo fato de se tratar de um crime de menor potencial ofensivo. O caso tramita no próprio Supremo, sob a relatoria do ministro Dias Toffoli, a quem caberá analisar as conclusões policiais.

No relatório entregue ao Supremo, a PF afirma que "embora as filmagens do Aeroporto Internacional de Roma mostrem que houve uma discussão entre os envolvidos" e que a "interação teve inicio a partir da manifestação de Andreia Munarão", esses elementos, "diante da falta de registros sonoros, e da impossibilidade de realizar leitura labial, são insuficientes para atestar a materialidade do crime" por parte dela e de Alex Zanatta Bignotto.

Ainda de acordo com a PF, "observa-se também que, logo após tal contato físico, ALEXANDRE BARCI DE MORAES revida, empurrando ROBERTO MANTOVANI FILHO com o braço esquerdo. Em seguida, um homem se coloca entre ambos, apartando o conflito, e ALEXANDRE BARCI DE MORAES é conduzido para dentro da sala VIP por sua irmã".

O episódio
A investigação trata do episódio em que uma família paulista brigou com o ministro na porta de uma sala VIP do aeroporto de Roma e apura os crimes de lesão corporal, injúria e abolição violenta do Estado democrático de direito.

Segundo o colunista do Globo, Lauro Jardim, as imagens do aeroporto de Roma mostram que o empresário Roberto Mantovani Filho deu um tapa em Alexandre Barci de Moraes, filho do ministro. Além dele, são suspeitos de calúnia, injúria, desacato e perseguição ainda sua mulher, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta. Todos negam os crimes.

Em depoimento prestado à PF, Moraes diz ter sido xingado de “bandido, comunista e comprado” por uma mulher identificada como Andreia Munarão. Depois, o empresário Roberto Mantovani Filho, marido de Andreia, teria agredido fisicamente o filho do magistrado com um tapa. A família Mantovani nega as acusações.

Em decisão tomada em outubro de 2023, Toffoli autorizou que peritos dos envolvidos na confusão tivessem acesso à íntegra das imagens do aeroporto da capital italiana. Toffoli também concedeu a Moraes e a seus filhos e esposa o direito de atuarem como assistentes de acusação.

Julgamento
Apesar do relatório da PF, nesta sexta-feira o STF começa a julgar no plenário virtual dois recursos contra a restrição do acesso a imagens da suposta agressão a Moraes em um aeroporto na Itália. A Corte vai analisar uma decisão monocrática de Toffoli, relator do caso, que vetou a extração de cópia das gravações por parte da defesa dos acusados.

Em recurso, os advogados Ralph Tórtima e Thiago Amaral argumentam que a decisão de Toffoli os impede de "realizar qualquer trabalho ou manifestação fazendo uso dessas imagens, o que por certo cerceia por completo o trabalho defensivo". O ministro proibiu a extração de cópia e divulgação do conteúdo.

A PGR também recorreu da decisão de Toffoli e questionou ainda a admissão das supostas vítimas como assistente de acusação no curso do inquérito. O órgão pediu que o sigilo das mídias fosse derrubado e o pedido de ingresso de Moraes fosse indeferido.

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