Abin paralela

PF diz que Abin paralela tentou "caçar podres" de Lira, Kim Kataguiri e Renan Calheiros

PF aponta que Abin monitorou e disseminou fake news contra cúpula do Judiciário, Congresso, ex-presidenciável e jornalistas

 Deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados Deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O relatório da Polícia Federal que descortina a estrutura paralela que vigorou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro mostra que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), hoje presidente da Câmara dos Deputados, foi um dos alvos dos serviços de monitoramento.

Diálogos interceptados pela PF travados entre os membros da "estrutura clandestina" Giancarlo Gomes Rodrigues e Marcelo Bormevet mostram que, antes de partirem para uma "caça aos podres" do também deputado federal Kim Kataguiri, os integrantes visaram Lira e sua estrutura de gabinete.

Na conversa sobre uma futura ação contra Kataguiri, Bormevet diz que é preciso "levantar tudo" sobre "pessoal de gabinete", ao que Giancarlo responde: "o foda é achar. Foi igual ao que fiz do Lira".

Ainda de acordo com o inquérito, a conversa entre Giancarlo e Bormevet sinaliza que a mesma ação clandestina cometida contra Kataguiri já havia sido feita contra Lira e também contra o senador Renan Calheiros.

Segundo a PF, a prática criminosa perpetrada pela estrutura paralela era tratada com "naturalidade" pelos agentes.

Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP.

Até o momento, quatro pessoas foram presas e uma ainda não foi localizada.

O uso do programa espião FirstMile foi revelado pelo Globo.

Entre os alvos da ação, estão ex-servidores cedidos para Abin e influenciadores digitais que trabalhavam no chamado "gabinete do ódio" do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Quatro prisões já foram efetuadas: Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito, que foi assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão passada; Marcelo de Araújo Bormevet; e Richards Dyer Pozzer.

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