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Tentativa de golpe

PF encontra agenda na casa de Heleno com 'diretrizes' contra sistema eleitoral

A descoberta consta no relatório final da investigação sobre uma tentativa de golpe no país

General Augusto HelenoGeneral Augusto Heleno - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A Polícia Federal encontrou, na casa do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro, uma agenda contendo "diretrizes" sobre como "disseminar ataques ao sistema eleitoral".

A descoberta consta no relatório final da investigação sobre uma tentativa de golpe no país que indicia 37 pessoas, incluindo o ex-presidente e o ex-ministro.

O documento foi encaminhado nesta terça-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que decidirá sobre uma eventual denúncia.


Em uma agenda azul, com uma logomarca de um banco público, Heleno alerta para necessidade de “estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações”. E pontua: “É válido continuar a criticar a urna eletrônica”.

Segundo a PF, os investigados buscavam descredibilizar o sistema eleitoral como estratégia para provocar indignação dos seguidores do ex-presidente. “Em outro trecho, há novas anotações sobre narrativas de fraudes no sistema eletrônico de votação e transmissão de dados dos votos”, descreve a PF.

Indiciado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, Heleno também é citado no relatório da PF como responsável por disseminar discurso golpista em reunião no Palácio do Planalto, em julho de 2022.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional afirmou, na ocasião, que se "tiver que virar a mesa é antes das eleições" e que era necessário agir "contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas".

Também relatou ter discutido um plano para infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em campanhas eleitorais.

Além disso, as investigações que descobriram um plano para matar o presidente Lula, o vice, Geraldo Alckmin, e Moraes incluia a instalação de um "Gabinete de Crise" que teria Heleno no comando.

Documentos apreendidos pelos investigadores apontam que a ideia era que esse gabinete fosse formado imediatamente após os assassinatos serem concretizados. Heleno não tem se manifestado sobre as acusações.

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