investigação

PF: Eurípedes Júnior viajou para Dubai e Punta Cana com fundo partidário e levou helicóptero do Pros

Investigado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral, Eurípedes Júnior é considerado foragido

Eurípedes Júnior, presidente do Solidariedade Eurípedes Júnior, presidente do Solidariedade  - Foto: Divulgação/Solidariedade

Principal alvo da Operação Fundo no Poço, realizada pela Polícia Federal, Eurípedes Júnior teria utilizado recursos do fundo partidário para viajar com familiares a destinos internacionais como Dubai, França, Punta Cana, Miami, Orlando, México e Itália, além de fazer um cruzeiro marítimo.

Presidente do Solidariedade e ex-dirigente do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), o político já é considerado foragido.

De acordo com o inquérito da PF, Júnior teria esvaziado as contas do PROS na ocasião da sua destituição do cargo, transferindo valores para uma fundação onde ele e outros parentes tinham poderes de gestão e direção.

“Observou-se a transferência de R$ 100 mil em favor de empresa de turismo, com a descrição da nota crédito para ser utilizado em viagens nacionais e internacionais, locação de carro, hospedagem, salas de reunião e eventos, seguro viagem e bilhetes aéreos nacionais e internacionais”, informou a corporação, em relatório encaminhado à Justiça Eleitoral do Distrito Federal. 

A PF aponta ainda que Júnior, ao vislumbrar seu afastamento da gestão do partido, buscou garantir um crédito com uma agência de turismo para custeio de suas viagens.

No período da investigação, iniciada em 2017, percebeu-se intenso fluxo migratório, com o pagamento de despesas que incluíram passagens aéreas e hospedagens.

“A investigação sobressaltou que as viagens com destino a Miami e Orlando costumam possuir escalas prolongadas no Panamá, considerado paraíso fiscal, denotando, a esse respeito, a necessidade de maior profundidade no alcance das provas”, escreveu a PF, no documento.

O inquérito destaca também que Júnior teria, quatro dias antes de deixar o PROS, determinado o “desmonte” da sede do partido, retirando, por exemplo, equipamentos avaliados em mais de R$ 15 milhões que guarneciam o parque gráfico em Planaltina, Goiás. 

Também teriam sido retirados do local dez veículos, um helicóptero, aparelhos de ar-condicionado, computadores, sistema de energia solar e diversos móveis, todos bens pertencentes ao PROS. 

Os relatórios de inteligência financeira (RIFs) analisados pelos investigadores indicam movimentações suspeitas realizadas por possíveis empresas de fachada, a maioria delas que Júnior já figurou como sócio.

Nesta quarta-feira, a PF tentou cumprir sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em dois estados (GO e SP) e no DF, além do bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis. Até o momento Júnior não foi localizado.

Em nota, o Solidariedade afirmou que "os fatos investigados no inquérito que atingiu os ex-dirigentes do partido PROS são anteriores à incorporação do antigo Partido PROS pelo Solidariedade."

O partido diz que aguarda o desenrolar da apuração para tomar as "providências cabíveis" e que "acredita na Justiça, no direito de defesa e no devido processo legal."

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