Logo Folha de Pernambuco

Rio de Janeiro

PF faz buscas em casa de Angra dos Reis onde família Bolsonaro se reuniu para fazer live

Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal

A família Bolsonaro reunida, em Angra dos Reis, para transmissão de live nas redes sociaisA família Bolsonaro reunida, em Angra dos Reis, para transmissão de live nas redes sociais - Foto: Reprodução

Um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal contra a suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), na manhã desta segunda-feira (29), é na casa de Angra dos Reis, na Costa Verde, onde a família Bolsonaro se reuniu no fim de semana para realizar uma live.

Na operação desta segunda, um dos alvos é o vereador do Rio Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com as investigações, ele é suspeito de receber informações da Abin do deputado Alexandre Ramagem (PL), diretor da pasta à época. Ramagem também é investigado e foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira (25).

No inquérito, a PF separou os suspeitos em cinco núcleos: PF, em que são investigados os policiais cedidos à Abin durante a gestão de Ramage; Alta Gestão, acerca da cúpula da pasta; Subordinados; Evento Portaria 157, sobre uma ação em que foram monitorados envolvidos com uma Organização Não-Governamental (ONG); e Tratamento Log, sobre os servidores que acessam o sistema da Abin.

Em nota, a PF informou que busca "avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas". Ainda de acordo com a corporação, o grupo usou "técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público".

Ao todo, são cumpridos oito mandados de busca e apreensão: cinco no Rio, um em Brasília, um em Formosa (GO) e um em Salvador. Também são alvos da ação duas assessoras do gabinete de Carlos na Câmara de Vereadores.

Segundo a Polícia Federal, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Reportagem do Globo, de março do ano passado, mostrou que a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após a reportagem, publicada em março, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.

A ferramenta foi produzida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e era operada, sem qualquer controle formal de acesso, pela equipe de operações da agência de inteligência.

A lista completa das pessoas espionadas irregularmente ainda não é conhecida, mas a PF já identificou indícios de que adversários políticos do ex-presidente foram alvos: entre eles estão o ex-deputado Jean Wyllys e David Miranda, deputado federal pelo PDT do Rio que morreu em maio retrasado.

Há ainda a suspeita de que foram feitas vigilâncias durante as eleições municipais e em regiões próximas ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), além de áreas nobres em Brasília e no Rio de Janeiro.

Na semana passada, foram alvos dos mandados de busca e apreensão Ramagem, policiais federais cedidos e servidores do órgão.

Veja também

Ministro do STJ chama autismo de ''problema'' e diz que clínicas promovem ''passeio na floresta''
DECLARAÇÃO

Ministro do STJ chama autismo de ''problema'' e diz que clínicas promovem ''passeio na floresta''

Tarcísio diz que abusos da PM de SP serão severamente punidos
Tarcísio de Freitas

Tarcísio diz que abusos da PM de SP serão severamente punidos

Newsletter