PF faz operação para investigar bolsonaristas suspeitos de organizar atos antidemocráticos
Estão sendo cumpridos 80 mandados de busca e apreensão, por determinação de Alexandre de Moraes
A Polícia Federal (PF) está cumprindo nesta quinta-feira (15) 80 mandados de busca e apreensão para investigar apoiadores do presidente Jair Bolsonaro suspeitos de organizar atos antidemocráticos após o resultado das eleições. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os mandados estão sendo cumpridos em seis estados — Acre, Amazonas Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina — e no Distrito Federal.
Na segunda-feira (12), durante a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Moraes afirmou que os responsáveis por "ataques antidemocráticos" serão "integralmente responsabilizados". O ministro também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Na terça-feira, em um seminário, o magistrado afirmou também que "ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar". Moraes comentava os dados citados antes pelo ministro Dias Toffoli, também do STF, relativos a condenações nos Estados Unidos de pessoas que invadiram o Capitólio para tentar impedir a posse do presidente Joe Biden.
Na última segunda-feira, um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tentou invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, e incendiou dezenas de carros e ônibus em protesto contra a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, que participava de manifestações antidemocráticas. A prisão de Serere atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com o Corpo de Bombeiros, quatro ônibus e três carros foram "totalmente consumidos pelas chamas". Viaturas da corporação também foram alvo dos manifestantes. Uma idosa de 67 anos ainda precisou ser atendida porque desmaiou em função da inalação de gás lacrimogêneo. O quadro dela foi estabilizado e ela foi enviada a um hospital de São Sebastião, no DF.