PF investiga se Abin espionou Jean Wyllys, funcionário do TSE e servidor do Ibama; entenda
São cumpridos 21 mandados de busca e apreensão contra o deputado Alexandre Ramagem, policiais federais e servidores da agência
A lista completa das pessoas monitoradas ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) ainda não é conhecida, mas há entre os alvos políticos, servidores públicos e adversários do ex-presidente. Nesta manhã, a Polícia Federal realiza uma operação justamente contra suspeitos de operarem o espião.
Como O Globo mostrou, o ex-deputado Jean Wyllys teria tido os passos monitorados pela ferramenta FirstMile. Nela, bastava digitar o número de um contato telefônico no programa e acompanhar num mapa a localização registrada a partir da conexão de rede do aparelho.
Segundo a colunista Malu Gaspar, do Globo, também foram alvo do monitoramento o jornalista Glenn Greenwald e seu marido, David Miranda, deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro que morreu em maio retrasado.
Há indícios também que um servidor do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que encabeçou operações contra garimpeiros e madeireiros ilegais na Amazônia durante a gestão de Bolsonaro também tenha sido monitorado. Hugo Ferreira Netto Loss, então coordenador de Operações de Fiscalização do órgão ambiental, foi exonerado do cargo em abril de 2020.
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Servidor de carreira do Ibama, Loss coordenou uma ação contra garimpos em terras indígenas sul do Pará. Durante as operações, fiscais do órgão ambiental destruiram maquinários utilizados pelos criminosos, incluindo a queima de equipamentos que não puderam ser retiratos das áreas de reserva.
Também alvo da FirstMile, Carlos Alberto Litti Dahmer é representante de uma das principais entidades de caminhoneiros do país. Ele é um dos dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) e convocou protestos contra Bolsonaro.