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PF investiga se Cid sabia de plano para matar autoridades e vê contradição em mensagens apagadas

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro vai prestar novo depoimento, desta vez ao STF

Mauro CidMauro Cid - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A Polícia Federal investiga se o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, sabia da trama para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.


A tônica do depoimento mais recente prestado pelo ex-ajudante de ordens, na tarde desta terça-feira, teve relação com a operação realizada na manhã do mesmo dia sobre o plano para matar autoridades.

Cid negou participação ou qualquer tipo de conhecimento sobre o assunto.

O depoimento durou três horas. Os investigadores quiseram saber, ainda, por que Cid apagou mensagens do aparelho celular e nunca relatou isso à PF.

O ex-ajudante de ordens confirmou ter deletado arquivos, mas alegou que “jamais imaginou que isso se tratava de alguma ilegalidade”.

– Ele está tranquilo. Vamos ver amanhã (na audiência). A expectativa é boa para esclarecer bem o que a polícia pretende – afirmou o advogado Cezar Bitencourt.

Diante do que considerou uma contradição, a PF pediu a rescisão do acordo de colaboração, o que será analisado pelo STF.

Moraes determinou que ele preste um novo depoimento, à própria Corte, nesta quinta-feira.

As mensagens apagadas tratam de um dos pontos mais importantes acerca da trama golpista, que foi o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes.

Essa é uma das justificativas apontadas pela polícia para pedir a rescisão da delação, já que Cid, ao firmar o termo, teria se comprometido a revelar todos os fatos e detalhes envolvendo a trama golpista.

O relatório da PF entregue ao STF diz que a extração pericial do celular “recuperou novas conversas registradas no aplicativo WhatsApp, que tinham sido excluídas pelo usuário”.

“Essas mensagens aparecem no aplicativo pericial com o rótulo ‘Scrambled’ que seria, em tradução livre, embaralhada. Os textos estão embaralhados (fora de ordem) porque elas foram apagadas pelo usuário, mas permaneceram no banco de dados de indexação do aplicativo WhatsApp’, explica o relatório.

A análise das mensagens apagadas e recuperadas indicam, segundo a PF, que no dia 7 de dezembro de 2022 os investigados estavam acompanhando as movimentações de Moraes.

Cid, na ocasião, conversa com um militar que assessorava Bolsonaro, que afirma: “Ele (Moraes) vai ficar em Brasília hoje. Amanhã provavelmente pra São Paulo final da tarde”, diz o relatório, acrescentando: De acordo com o documento, Cid responde em seguida: “Ele vai ao TSE”.

Segundo a PF, o aplicativo de mensagens indexa todas as palavras das conversas para facilitar a pesquisa rápida por parte do usuário. “Desta forma, as mensagens apagadas do aplicativo, mas que ainda estão no banco de indexação, são apresentadas de forma randomizada, sem maiúsculas, acentuação e caracteres especiais, nessa nova versão do software pericial’, completa.

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