PF: mensagem apreendida diz que militares rasgaram possível decreto de golpe assinado por Bolsonaro
"Rasgaram o documento que o 01 assinou", diz diálogo que integra relatório final Brasília
Um diálogo encontrado pela Polícia Federal aponta que um possível decreto golpista assinado por Jair Bolsonaro teria sido rasgado por militares. A conversa é uma troca de mensagens entre Mauro Cid e Sérgio Cavaliere, em que eles trocam prints de conversas de um usuário de Whatsapp chamado “Riva”, não identificado pela investigação.
Riva conta detalhes sobre uma suposta reunião entre Bolsonaro, seu vice-presidente, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e generais. Mourão teria negociado a saída de Bolsonaro em referência a uma tentativa de golpe no Peru e, durante essas negociações, os militares decidiram destruir o documento assinado por Bolsonaro, que, segundo ele, poderia ser o decreto golpista.
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“Rasgaram o documento que o 01 assinou”, possivelmente se referindo ao Decreto de Golpe de Estado. Em seguida, passam a atacar os integrantes do Alto Comando do Exército”, diz o relatório.
Nessa mesma sequência de prints, Riva trata da adesão do Almirante Almir Garnier ao intento golpista. Riva diz: “O Alte Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos”, diz.
O relatório não identifica quem é “Riva”. Mourão foi procurado sobre a citação, mas não respondeu.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da Polícia Federal do inquérito que apura a trama golpista para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que indiciou 37 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira.