PF vai analisar material apreendido em operação antes de novo depoimento de Braga Netto
Além da prisão do general, agentes apreenderam dois celulares na sua casa no sábado
A Polícia Federal pretende concluir a análise do material apreendido com o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, antes de ouvir um novo depoimento do militar. Braga Netto foi preso no sábado, sob suspeita de tentar interferir na investigação que apura se integrantes do governo passado tentaram dar um golpe de Estado no país.
Além da prisão, a PF apreendeu dois celulares que estavam na casa do militar. Ele foi preso em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Em seguida, foi encaminhado à 1ª Divisão de Exército, na Vila Militar, no Rio, onde está sob custódia do Exército.
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No relatório em qual pede autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para a operação, a PF afirma que o ex-ministro tentou conseguir "informações sobre o acordo de colaboração" do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a PF, essa tentativa ocorreu por meio dos pais de Mauro Cid.
O militar nega as acusações e tem afirmado que "nunca se tratou de golpe e muito menos de plano de assassinar alguém" e que "sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais".
Além de ter chefiado a Casa Civil e o Ministério da Defesa, Braga Netto foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro na disputa de 2022. Em depoimento como parte de sua delação premiada, Mauro Cid afirmou que o ex-ministro, que é general da reserva, entregou dinheiro para financiar operações do suposto grupo criminoso.