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INVESTIGAÇÃO

PGR aponta plano dos golpistas de bloquear refinarias e distribuidoras no dia seguinte ao 8/1

Denúncia fala em relatório de Inteligência do Distrito Federal entregue dias antes dos ataques antidemocráticos

PGR aponta plano dos golpistas de bloquear refinarias e distribuidoras no dia seguinte ao 8/1PGR aponta plano dos golpistas de bloquear refinarias e distribuidoras no dia seguinte ao 8/1 - Foto: Divulgação/RNEST

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas traça um paralelo direto entre o entorno do ex-presidente e os ataques antidemocráticos do oito de janeiro de 2023. O texto aborda um relatório da Subsecretaria de Inteligência do Distrito Federal, entregue dias antes dos atos, que monitorava os planos dos golpistas.

Nas redes sociais, os participantes indicavam uma greve geral, que ocorreria no dia seguinte aos atos, que teriam culminado em um golpe de estado.

"A partir do dia 09JAN23, a qual teria apoio de segmentos específicos, tais como, agronegócio e caminhoneiros. Cita-se que a hashtag #GreveGeral teve destaque na trending topics em D3JAN23", diz trecho da denúncia da PGR.

Neste contexto, o plano era realizar um bloqueio em refinarias e distribuidoras de combustível em sete estados ao redor do país — Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Este planejamento tinha como objetivo a paralisação nacional, impedindo o acesso de servidores públicos as órgãos, assim como a ocupação de instituições ligadas aos Três Poderes.

Com o fluxo de informações intensas acerca desta temática entre quatro e seis de janeiro de 2023, a PGR fala em omissão das autoridades da capital. "A gravidade das informações que deixaram de ser compartilhadas confirma que houve omissão dolosa dos garantes da ordem pública, em prol do plano disrruptivo da organização criminosa", pondera o procurador Paulo Gonet Branco.

Um dos denunciados, o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, estava em viagem em Orlando, na Flórida, durante os atos. Gonet afirma que seu afastamento foi uma "estratégia deliberada" de conivência.

"A postura adotada, além de fragilizar a percepção pública sobre o comprometimento das autoridades, transmitiu a mensagem de que as forças de segurança estavam alinhadas aos interesses dos violentos", conclui.

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