PGR pede ao STF fim de medidas cautelares contra ex-assessor de Bolsonaro e suposto mentor de minuta
Tércio Arnaud Thomaz e Amauri Feres Saad não foram denunciados na trama golpista; para Gonet, bens devem ser devolvidos e restrições podem acabar
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação das medidas cautelares impostas a Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e ao advogado Amauri Feres Saad, suspeito de ter ajudado a elaborar uma das minutas golpistas. A decisão caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator na Corte da investigação sobre a trama golpista.
Ambos foram indiciados pela Polícia Federal, mas não foram denunciados pela PGR. De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não há mais necessidade de manter em poder das autoridades os bens que foram recolhidos na investigação, como celulares, computadores e passaporte, e de seguir com a proibição de Tércio e Amauri Saad, de terem contato com outros investigados.
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“Em relação às medidas cautelares impostas, o juízo sobre a investigação foi exercido, tendo sido oferecida denúncia em relação a investigados específicos e, em relação aos demais, manteve-se preservada a possibilidade de denúncia, a depender dos novos elementos de convicção produzidos ao longo da instrução processual. Na espécie, os elementos reunidos até o momento não demandam a manutenção das medidas cautelares impostas contra o investigado”, escreveu Gonet nas duas manifestações.
Tércio foi apontado pela PF como integrante do “Gabinete do Ódio” que teria funcionado no Palácio do Planalto na gestão Bolsonaro, com a difusão de notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques a adversários do então governo. Já Amauri Feres Saad foi citado na CPI do 8 de Janeiro como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com o ex-ministro Anderson Torres, que nega participação na trama