PGR pede que STF envie investigação sobre Milton Ribeiro para primeira instância
Ex-ministro é alvo de inquérito sobre suspeitas de liberação de verbas para prefeituras indicadas por pastores
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), o declínio do inquérito que apura suspeitas contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, envolvendo a atuação de dois pastores na liberação de recursos do ministério para prefeituras de aliados. A investigação contra Ribeiro foi autorizada pelo STF após pedido da Procuradoria-Geral da República.
Para a PGR, o Supremo não é mais a instância competente para o processamento do caso, tendo em vista a exoneração de Ribeiro do cargo de ministro da Educação. Ele era o único, entre os investigados, com prerrogativa de foro junto à Corte. Por isso, a PGR pede para que a investigação seja enviada autos a uma das Varas Federais Criminais do Distrito Federal.
"Ante a exoneração de Milton Ribeiro do cargo de Ministro da Educação, único investigado que era detentor de foro por prerrogativa de função, há de se reconhecer a cessação da competência do Supremo Tribunal Federal para a supervisão da investigação instaurada. Por consequência, urge seja o presente inquérito declinado à instância jurisdicional competente", diz a manifestação da PGR.
Leia também
• Bolsonaro encontra pastores no Alvorada e recebe convite para participar da Marcha para Jesus
• Disparo acidental de ex-ministro da Educação em aeroporto de Brasília deixa um ferido
• Sob pressão, general Heleno divulga entradas de pastores lobistas no Planalto após alerta da CGU
Além de Milton Ribeiro, que foi exonerado do MEC em 28 de março, também são alvo do inquérito que tramita no STF os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse em uma gravação que prioriza a liberação de verbas prefeituras cujos pedidos foram negociados por dois pastores, segundo reportagem publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo". No áudio, o ministro afirmou que atendeu a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro. Sem cargos públicos, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuam como assessores informais do Ministério da Educação, intermediando reuniões com gestores municipais, conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo".