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PGR vê indícios de corrupção contra coronel da PM preso por omissão no 8 de janeiro

Jorge Naime teria desviado recursos de associação

Ex-chefe do Departamento Operacional da PM-DF Jorge NaimeEx-chefe do Departamento Operacional da PM-DF Jorge Naime - Foto: Lula Marques / Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que há indícios de corrupção contra o coronel Jorge Eduardo Naime, que está preso por suposta omissão em relação aos atos golpistas do dia 8 de janeiro. A suspeita é de que Naime tenha desviado recursos da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, que foi presidida por ele.

As informações constam na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Naime e outros seis integrantes do comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Como não há relação com os atos golpistas, a PGR solicitou que esses indícios de corrupção sejam investigados na primeira instância.

Um relatório feito pela PGR afirma que em junho de 2021 Naime "promoveu o transporte" de R$ 1 milhão em espécie, entre São Paulo e Brasília, em favor de um empresário. Além disso, há indícios de que ele teria usado a "estrutura" da PM-DF para realizar esse transporte.

"A movimentação de vultuosos valores em espécie, sem declaração correspondente e de forma não oficial, tem por propósito burlar os mecanismos de monitoramento", ressalta a PGR.

O órgão também aponta que em 2022 a Associação de Oficiais da PM-DF fechou um contrato com uma empresa do mesmo empresário, para a realização de serviços de "assessoria e marketing". O valor mensal do contrato era de R$ 8,9 mil. Entretanto, na semana seguinte à assinatura do contrato, o empresário passa a pagar a fazer pagamentos mensais de R$ 8 mil a Naime.

"Naime, aparentemente, utilizava-se da posição de presidente da Associação para desviar os recursos angariados pela entidade por meio da contribuição de seus próprios pares", escreve a PGR. Também há a suspeita de que esses pagamentos seria uma retribuição aos "serviços" prestador pelo coronel a Assis, como o transporte de dinheiro.

A defesa de Naime negou que tenha ocorrido omissão no 8 de janeiro e disse confiar na inocência dela. Em relação à suspeita de corrupção, afirmou que não há posicionamento no momento.

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