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Política

PL diz receber "com tristeza" decisão de Eduardo Bolsonaro de se licenciar do mandato

Deputado anunciou mudança de país e citou como motivo a possibilidade de ser preso por ordem de Alexandre de Moraes

Deputado Eduardo Bolsonaro pediu licença da Câmera dos Deputados e está morando nos EUADeputado Eduardo Bolsonaro pediu licença da Câmera dos Deputados e está morando nos EUA - Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

O PL, partido da família Bolsonaro, afirmou em nota que "recebe com tristeza" o pedido de licenciamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que anunciou nesta terça-feira ter se mudado para os Estados Unidos.

Em nota divulgada nas redes sociais, a legenda reitera o respeito ao parlamentar e diz "acreditar na força da política do nosso país e nas instituições".

Pouco depois do anúncio, o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a um evento público no Congresso, onde visita uma exposição em memória às vítimas do Holocausto.

Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Eduardo justificou a decisão pelo que chamou de perseguição a qual ele e seu pai estão sendo submetidos no Brasil.

Na gravação, o parlamentar cita a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a sua prisão.

"É com tristeza que recebemos a notícia de que Eduardo Bolsonaro vai se licenciar temporariamente do cargo para o qual foi legitimamente eleito. Eduardo tem o nosso respeito! O Partido Liberal segue a postos, acreditando na força política do nosso país e nas instituições", diz o comunicado do PL. 

Ainda nesta terça, o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), divulgou nota afirmando que foi indicado para substituir Eduardo na presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), para a qual estava cotado. 

"A indicação do meu nome também foi endossada pelo presidente Jair Bolsonaro. Como bom soldado que sempre fui, recebo a indicação do meu nome como uma missão a ser cumprida. A mais importante, diga-se de passagem, diante do estado de coisas que vive o Brasil. No entanto, vou aguardar a definição da distribuição das comissões por parte da presidência da Câmara dos Deputados para que possa falar de forma oficial sobre o tema", disse.

Eduardo fala sobre licença
Eduardo cita, em sua fala, um despacho do ministro para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre um pedido, feito por integrantes do PT na Câmara, para que seu passaporte seja apreendido.

A representação, contudo, ainda não foi apreciada.

— Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca — afirmou ele. — Abdico temporariamente do meu mandato, irei me licenciar sem remuneração, para que eu possa me dedicar integralmente para que eu possa buscar as devidas sanções para os violadores dos direitos humanos.

O deputado afirmou que permanecerá no país americano para "lutar" pela anistia aos presos pela tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 e que só retornará ao Brasil quando Moraes for punido por "abuso de autoridade".

O deputado era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Creden), que seria a primeira pedida do PL entre as comissões permanentes.

A ideia seria usar o cargo para uma aproximação institucional com o governo americano, comandado por Donald Trump.

A comissão é responsável pelas relações diplomáticas e consulares da Casa com governos e entidades internacionais.

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