Planalto "libera" Lewandowski de contemplar PSB; ministro começa a analisar nomes para a equipe
Lista tem advogados, juízes e profissionais de carreira do STF
Anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski começou a sondar nomes para compor sua equipe. Entre os profissionais cobiçados para ocupar cargos estratégicos na pasta estão advogados, juízes e profissionais de carreira do Supremo Tribunal Federal (STF), onde Lewandowski foi ministro por 17 anos. Ele só assumirá o comando da pasta no dia 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino continuará no cargo.
De acordo com auxiliares de Lula, o Planalto já fez chegar ao novo ministro que ele não precisa se preocupar em contemplar o PSB na montagem da equipe. Atualmente, a sigla ocupa quatro das nove secretarias da pasta. O entendimento é que Dino não havia sido escolhido por questões partidárias e sim por causa de sua relação pessoal com o presidente — o ministério, portanto, não era cota do PSB. Lula pediu a Lewandowski que preservasse no cargo apenas o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Sobre os demais, deu autonomia para a troca.
Entre as vagas da pasta, a que desperta mais atenção é a Secretaria de Segurança Pública. A área é alvo de preocupação dentro do governo por causa do potencial de desgaste junto à população.
O GLOBO apurou sete nomes que já foram sondados para trabalhar com o novo ministro. O advogado Manoel Carlos de Almeida Neto deve ser o secretário-executivo, posto número 2 na hierarquia da pasta. Atual diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Almeida Neto é um dos nomes mais próximos de Lewandowski. Foi secretário-geral do Supremo Tribunal Federal (STF) quando Lewandowski presidiu a Corte e um dos principais auxiliares do ministro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A vaga hoje é ocupada por Ricardo Cappelli, nome da confiança de Dino.
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Chefe de gabinete de Lewandowski na Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde o ex-ministro do STF é conselheiro jurídico, Ana Maria Neves deve ser nomeada para o posto equivalente na Justiça.
Também está em discussão a ida de Jean Keiji Uema, hoje chefe da Assessoria Especial do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Ele é analista judiciário concursado do STF e foi chefe de gabinete de Jaques Wagner (PT-BA) na Casa Civil durante o governo de Dilma Rousseff.
Juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Geraldo Sant'Ana Lanfredi, desembargador próximo a Lewandowski, e a juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo Helena Trentini, que já foi assessora do ministro, também já foram procurados. No caso de ambos, se assumirem um cargo na pasta, terão que deixar a magistratura. O advogado e professor de Direito Georghio Alessandro Tomelin é outro que já foi sondado.
Ex-ouvidor das polícias em SP
Também tem circulado o nome de Benedito Mariano, ex-ouvidor das polícias do Estado de São Paulo e um dos nomes do PT de referência para segurança pública. Mariano é lembrado para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), porém, ainda não há sinalização concreta de quem ocupará essa pasta, considerada uma das mais sensíveis do ministério. Lewandowski busca um nome com experiência na área.
Os nomes já estão sendo levados ao Palácio do Planalto, para discussão com auxiliares de Lula. Lewandowski tem intenção de trocar os cargos-chave dos ministérios, mas deve manter muitos dos nomes de terceiro e quarto escalão da equipe de Flávio Dino.
Integrantes do governo afirmam que o ministro não terá pressa para escolher e que deve usar todo o prazo até a posse, em 1º de fevereiro, para definir a equipe.