Polícia Federal realiza operação na Assembleia Legislativa de Pernambuco
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) foi alvo de buscas da Polícia Federal (PF) em Pernambuco nesta quinta-feira (30). A Operação Coffee Break apura a dispensa indevida feita por um servidor da Assembleia. De acordo com a investigação, empresas vêm sendo beneficiadas há tempos com contratações milionárias efetuadas pela Alepe, o valor chega, até agora, a R$ 40 milhões. Nenhum deputado estadual é alvo da investigação.
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A operação cumpre dez mandados de busca e apreensão expedidos pela 13ª Vara Federal do Recife. Foram realizadas seis buscas em residencias de pessoas físicas e quatro na Alepe. De acordo com a Polícia Federal, o servidor João Pedro Ferreira Belo Daumas, que atuava na comissão de pregoeiros e no setor responsável pelos pagamentos da Alepe, estaria beneficiando internamente as empresas de Sebastião Figueiroa - investigadas na Operação Casa de Papel, deflagrada no mês passado. Para a PF, há indícios de "vínculo forte" do empresário com a Alepe.
Segundo a investigação, o pedido de propina pelo servidor foi camuflado por um convite para tomar café, por isso o nome da operação. Além disso, a PF indicou que Figueiroa tem cinco parentes execendo cargo comissionado na Casa - a sua companheira, dois cunhados e dois sobrinhos. No entanto, nenhum gabinete de deputado está sendo alvo de buscas e os nomes dos parlamentares para os quais os parentes de Sebastião trabalham também não foram divulgados. As informações foram repassadas pela delegada Andrea Pinho, em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (30).
"Essa organização criminosa ela tinha um vínculo muito forte com a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. Apenas quatro empresas controladas por ela firmaram contratos equivalentes a 40 milhões de reais, ao todo, com a Alepe", disse a delegada. "Fora isso, ao longo da Operação Casa de Papel, a gente apreendeu cartões de abastecimentos de viaturas da Alepe, até mais de um em poder de funcionários do Sebastião Figueiroa, embora esse funcionários não a princípio não tivessem qualquer vínculo com a Alepe", indicou Andrea. Ela também pontuou que após a análise do celular de Sebastião Figueiroa, foram identificados diversos diálogos entres eles e funcionários da Assembleia.
A delegada também afirmou, ainda, que foi indentificada uma "certa intimidade" entre uma outra funcionária da Alepe, Maria de Socorro Christiane Vasconcelos Pontual, que superintendente Geral da Alepe, e o empresário. Na coletiva, a PF divulgou áudios e imagens de troca de mensagens entre os investigados. O setor que a PF está arrecadando documentos é a Superintendência Geral da Alepe. O servidor comissionado, que foi afastado de suas funções, e o líder da organização criminosa estão sendo indiciados pela prática dos crimes de corrupção, advocacia administrativa e dispensa indevida de licitação.
A Assembleia Legislativa de Pernambuco emitiu nota oficial sobre o assunto. Leia na íntegra
A Assembleia Legislativa de Pernambuco esclarece que:
- Todos os contratos firmados respeitam a legislação vigente e passam por um criterioso processo de avaliação e controle da procuradoria e auditoria.
- Estamos à disposição das instituições de fiscalização para colaborar com o esclarecimento dos fatos.