Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar quebra de sigilo de desafetos de Bolsonaro
PF irá apurar as circunstâncias que levaram o chefe de inteligência da Receita a acessar e copiar dados sigilosos de ex-procurador de Justiça do Rio de Janeiro e de ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência
A Polícia Federal vai abrir um inquérito para apurar a quebra de sigilos fiscais de desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo é investigar as circunstâncias que levaram o ex-chefe de inteligência da Receita Ricardo Feitosa a acessar e copiar dados sigilosos do ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro Eduardo Gussem — coordenador das investigações sobre o esquema de "rachadinhas" na Alerj — , do empresário Paulo Marinho, e de Gustavo Bebianno, ex-ministro de Bolsonaro. Os dois últimos são ex-aliados de Bolsonaro e que romperam com ele durante o último governo.
O caso, que foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo, gerou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o servidor. A sindicância foi aberta em março de 2020.
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O PAD foi concluído e se recomendou a demissão do servidor. Pelas regras do governo, cabe exclusivamente aos ministros de Estado julgar processos administrativos disciplinares e aplicar penalidades, na hipóteses de demissão. Esse tipo de processo é instruído por uma comissão formada por outros servidores ativos e pela corregedoria do órgão.
Servidor de carreira, atualmente Feitosa atua como auditor-fiscal da administração aduaneira da Receita em Cuiabá. O processo de demissão do servidor está na mesa de Haddad, que indicou a integrantes da Receita que a decisão de desligá-lo do setor público era inevitável.