Polícia Federal afirma que venda de joias pode ter custeado despesas de Bolsonaro nos EUA
Em relatório da Polícia Federal, ex-presidente nega qualquer irregularidade
A Polícia Federal (PF) afirmou, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o suposto esquema de venda de joias recebidas pela Presidência pode ter custeado despesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família nos Estados Unidos.
"Tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro, que, após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de Jair Bolsonaro e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano", diz o relatório.
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A investigação foi concluída na semana passada, e a PF indiciou Bolsonaro por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Outras 11 pessoas também foram indiciadas.
A defesa de Bolsonaro não comentou o relatório. Entretanto, ao longo da apuração da PF, os advogados do ex-presidente afirmaram que ele agiu dentro da lei" e "declarou oficialmente os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens”. Esses itens, na visão dos advogados, deveriam compor seu acervo privado, sendo levados por ele ao fim de seu mandato.