Investigação

Polícia irá investigar áudio de suposta vítima de estupro apresentado por Gabriel Monteiro em sessão

Arquivo foi exibido pelo vereador em meio a protesto nas galerias. Polícia vai avaliar autenticidade e se houve tentativa de desqualificar a denunciante por parte do youtuber

Gabriel MonteiroGabriel Monteiro - Foto: Agência Brasil

O delegado Luis Maurício Armond, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), disse que vai avaliar se o vereador cassado Gabriel Monteiro tentou desqualificar a mulher que apresentou denúncia de estupro contra ele. Durante a sessão de quarta-feira (17), Gabriel expôs ao plenário áudio que supostamente seria de mensagens trocadas entre os dois.

"Precisamos avaliar o contexto desse áudio, de onde veio, como foi obtido", disse.

O delegado afirmou ainda que a cassação do mandato do parlamentar não altera o rumo das investigações.

"Só mudará alguma coisa no caso de surgirem fatos novos, outras denúncias. Em relação a investigação já iniciada não há alteração nenhuma",  disse Armond.

Monteiro é investigado na 42ª DP (Recreio) na segunda parte do inquérito sobre o vazamento de um vídeo em que ele aparece mantendo relações sexuais com uma menor de idade. Na primeira fase dessa investigação, ele foi denunciado e figura como réu no processo que apura o vazamento das imagens. Agora, a segunda etapa das investigações é sobre o armazenamento do material pelo político e a coação de testemunhas no curso do inquérito.

Gabriel Monteiro também é investigado na 29ª DP (Madureira) por fraude processual. Dois ex-assessores do parlamentar procuraram a distrital e afirmaram que o político mentiu e instruiu que eles também mentissem ao dizer que foram atacados a tiros em Quintino, na Zona Norte do Rio, em agosto do ano passado. O cinegrafista Robson Coutinho da Silva, de 44 anos, e o editor Heitor Monteiro, de 22, afirmam que o vereador forjou os tiros que atingiram um dos carros de sua comitiva. O automóvel pertence a Coutinho.

Em abril, o MP-RJ anunciou que também abriu procedimentos contra o parlamentar. O promotor Alberto Flores Camargo, da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, instaurou inquérito para apurar possível ato de improbidade administrativa por parte do vereador. A promotoria quer saber se ele usava servidores lotados na Câmara dos Vereadores do Rio, que recebiam dos cofres públicos, para trabalhar na produção de vídeos exibidos em suas redes sociais.

O congressista também é investigado na 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e Juventude da Capital, que instaurou um inquérito civil para apurar possível violação de direitos de uma criança que teve participação em um vídeo do vereador. Nas imagens, o parlamentar teria simulado uma cena envolvendo a menina em situação de vulnerabilidade.

A promotora Ana Cristina Huth Macedo, titular da 4ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Capital, também investiga o parlamentar. Nesse caso, ela acompanha a situação de abrigos de crianças e adolescentes. O procedimento apura possível invasão de abrigos por parte do vereador para supostamente fiscalizar.

Monteiro sempre negou todas as acusações.

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