CERIMÔNIA

Posse de novos ministros no TSE reúne de Dino a ex-assessor de Bolsonaro

Raul Araújo assumiu corregedoria-geral da Justiça Eleitoral, e Isabel Gallotti virou ministra efetiva

Plenário do TSE durante o julgamento desta terça-feiraPlenário do TSE durante o julgamento desta terça-feira - Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Em cerimônia que contou com a presença de integrantes do governo Lula como Flávio Dino, da Justiça, e o comandante-geral do Exército, general Tomás Paiva, tomaram posse nesta terça-feira (21) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o ministro Raul Araújo, novo corregedor-geral, e a ministra Isabel Gallotti.

A solenidade para mais de 800 convidados foi chamada em tom de brincadeira pelo presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, de "superterça" do TSE, em alusão ao evento que acontece durante as eleições dos Estados Unidos. Isto porque em uma mesma cerimônia os ministros tomaram posse e Araújo foi eleito corregedor.

O evento contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha, e de mais de dez ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tribunal onde atuam os dois empossados. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro também estiveram na cerimônia, como Vicente Santini, ex-assessor do antigo mandatário.

Após o ato formal de posse de Galotti como ministra efetiva do TSE, a eleição do novo corregedor foi realizada em uma urna eletrônica. Todos os sete integrantes do plenário da Corte votaram e um boletim de urna foi entregue ao ministro André Ramos Tavares, que atuou como "fiscal" da eleição, que é feita por praxe. Araújo foi eleito por seis votos a um. O corregedor-geral sempre é o membro mais antigo do STJ em atuação no TSE.

— A renovação, a alteração periódica dos membros do Tribunal Superior Eleitoral fortalece a Justiça, fortalecem a democracia. As pessoas passam, as instituições ficam — disse Moraes, ao encerrar a solenidade.

O TSE é composto por, no mínimo, sete integrantes: três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sendo um deles presidente da Corte; dois ministros do STJ; e dois advogados de notável saber jurídico indicados pelo STF e nomeados pelo presidente da República. Com a ida de Araújo para a corregedoria, assume a outra cadeira do STJ no plenário do TSE a ministra Isabel Gallotti.

Com posicionamentos distintos de seu antecessor em casos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Araújo, ao assumir a corregedoria, passará a ser o relator das ações que têm como objeto as eleições presidenciais passadas. Internamente, a atuação do novo corregedor causa expectativa para saber se o seu perfil seguirá o mesmo. O Globo apurou que mudanças na composição do gabinete da corregedoria já passaram a ser implementadas.

Raul Araújo chegou ao TSE em 2020 para ocupar uma vaga de ministro substituto. Foi empossado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em maio de 2010, onde, atualmente, atua na Corte Especial, na Segunda Seção e na Quarta Turma. Foi corregedor-geral da Justiça Federal, presidente da Turma Nacional de Uniformização e diretor do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal.

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