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Política

Posse de Padilha é marcada por vaias a Lira e exaltação de Dilma

De volta as Relações Institucionais, ministro ainda disse que no novo governo ninguém vai falar em 'metralhada' contra opositores

Alexandre Padilha ao lado do Presidente Lula Alexandre Padilha ao lado do Presidente Lula  - Foto: Sérgio Lima/AFP

O médico Alexandre Padilha, de 51 anos, tomou posse no começo da tarde desta segunda-feira como novo ministro das Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política com o Congresso Nacional, em uma cerimônia marcada por vaias ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e pela exaltação da presidente Dilma Rousseff (PT). Em seu discurso, Padilha disse que no novo governo ninguém vai falar em "metralhada" contra opositores.

"Esse ministério é o ministério do diálogo. Esse governo, liderado pelo presidente Lula e pelo vice-presidente Alckmin, é o governo do diálogo. Não existe aqui alguém que vai falar de ‘metralhada’ contra a oposição. Essa época acabou", disse o novo ministro.

Apesar de ter sido anunciado pelo locutor do evento, realizado no salão nobre do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara não compareceu. No momento em que seu nome foi anunciado, houve vaia de uma parte da plateia. Em seu discurso, Padilha ainda disse que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ligou para justificar a ausência. O ministro, porém, não falou nada sobre Lira.

Dilma teve o nome gritado pela plateia quando foi anunciada. Durante o seu discurso, Padilha também falou da sua ex-chefe.

"A sua presença aqui neste ato, como a senhora foi recebida, é uma reparação histórica das injustiças que a senhora sofreu",disse o ministro, sendo interrompido pelo público que gritou o nome de Dilma novamente.

Padilha também elogiou o ex-presidente José Sarney (MDB), que estava sentado no palco ao lado de Dilma e dos líderes do governo Jaques Wagner (Senado), José Guimarães (Câmara) e Randolfe Rodrigues (Congresso).

O ministro lembrou que Sarney era presidente do Senado na época sua primeira passagem pela pasta, no segundo governo Lula.

"O presidente Sarney foi quase como um professor para mim sobre como caminhar pelo Senado. Aprendi muito com senhor. O senhor tem sido um conselheiro", afirmou..

Padilha falou ainda sobre o atual presidente do Senado:

"Vou estabelecer a mesma relação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que avisou que não poderia estar aqui". 

O ministro disse também que caberá à sua pasta recuperar as relações institucionais no país e se comprometeu a não levar em consideração a coloração partidária de governadores e prefeitos.

Como exemplo, Padilha disse que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lhe telefonou para dizer que não poderia comparecer à sua posse. De acordo com o ministro das Relações Institucionais, Tarcísio, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegou que teria que dar posse aos secretários do estado.

"Ele ligou para reafirmar da parte dele, e da minha parte também, que teremos as melhores relações independentemente de partido".

Antes da posse, o novo ministro, que é filiado ao PT, participou ao longo da semana passada das negociações com os partidos que levaram à formação do ministério. Legendas de centro e centro-direita, MDB, PSD e União Brasil ficaram com três pastas cada um. O objetivo é garantir governabilidade com maioria no Congresso para aprovar os projetos do governo.

Além de ministro das Relações Institucionais, Padilha ocupou também a pasta da Saúde no primeiro governo de Dilma Rousseff. A grande marca de sua passagem pelo ministério foi a implantação do programa Mais Médicos, que trazia profissionais de outros países para atuar no país.

Em 2014, Padilha concorreu ao governo de São Paulo e ficou em terceiro lugar. O médico também foi secretário das Relações Governamentais da prefeitura de São Paulo e secretário de Saúde na gestão de Fernando Haddad. Em 2018, se elegeu deputado federal, mandato que renovou na disputa de 2022.

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