Povos originários protestam no Recife contra tese do Marco Temporal; STF julgará nesta quarta-feira
Ato é coordenado pela Articulação Indígena de Mulheres em Contexto Urbano de Pernambuco
Em protesto contra a tese do Marco Temporal das terra indígenas, que será julgada nesta quarta-feira (7), no Supremo Tribunal Federal (STF), povos originários se reuniram em protesto na Praça do Derby, na área central do Recife, na tarde desta segunda-feira (5).
Entre os participantes, estavam representantes das etnias Xukuru, Pankararu e Fulniô. O ato foi coordenado pela Articulação Indígena de Mulheres em Contexto Urbano de Pernambuco (Aimcupe) e promoveu uma caminhada até a Avenida Guararapes, chamando atenção de motoristas e pedestres para o tema.
Entre os xukurus no protesto, estava Iacy, que frisou a importância da participação dos povos nas ruas. "Esse ato é a luta do nosso povo pelo direito aos nossos territórios. É necessário que a gente não se cale", afirmou.
Grupo se concentrou na Praça do Derby, na área central da capital pernambucana - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
A tese defende que os povos indígenas só tenham direito sobre as terras que estão ocupadas atualmente ou àquelas em processo de disputa no dia cinco de outubro de 1988, data em que a Constituição Federal foi promulgada.
Leia também
• Ministra diz ter esperança de que Senado rejeite marco temporal
• Marco Temporal: Pacheco promete tramitação mais lenta no Senado
• STF deve julgar marco temporal de terras indígenas mesmo com aprovação de projeto na Câmara
Uma faixa com a frase "Antes do Brasil da coroa, já existia o Brasil do cocar" foi erguida pelo grupo, que seguiu pela avenida Conde da Boa Vista até a Guararapes, no bairro de Santo Antônio.