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"Precisamos virar a página", diz Ibaneis Rocha após reassumir governo do DF

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, revogou decisão que havia determinado afastamento

Ibaneis Rocha, governador do Distrito FederalIbaneis Rocha, governador do Distrito Federal - Foto: José Cruz / Agência Brasil / Arquivo

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou nesta quinta-feira (16) ser preciso "virar a página" após ser afastado por 67 dias do cargo na esteira dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Ele fez um pronunciamento de retomada no Palácio do Buriti, sede do governo local.

Agora, é tempo de paz. Precisamos virar a página do Distrito Federal e de todo o Brasil, afirmou o governador, que chegou a brincar com o tempo de afastamento: Acho que fui o único governador do DF a tomar posse 3 vezes.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou ontem a volta de Ibaneis ao governo do Distrito Federal. Ele estava afastado por ordem do próprio ministro sob suspeita de leniência para conter a invasão da sede dos Três Poderes por manifestantes golpistas em janeiro.

O governador diz que passou o período isolado com a família, e avalia o período de afastamento como "necessário".

Tenho respeito por todas as autoridades e por tudo o que aconteceu. Recebi o afastamento com respeito e paciência e sabendo da importância de tudo o que aconteceu. Volto com o coração limpo.

No despacho, o ministro do STF afirma que não há indícios de que Ibaneis "estaria buscando obstaculizar ou prejudicar os trabalhos investigativos, ou mesmo destruindo evidências". O afastamento determinado pelo período de 90 dias venceria em 9 de abril.

Moraes, porém, disse que o inquérito "seguirá seu curso regular" e que o afastamento de Ibaneis pode voltar a ser decretado, caso haja "razões que a justifiquem".

Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia se manifestado a favor da da revogação da decisão judicial que afastou do cargo o governador do Distrito Federal. Na manifestação, o coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador- geral da República Carlos Frederico Santos, afirma que o afastamento da função pública exige, para decretação, o requisito do "justo receio de sua utilização para a prática delitiva", o que, segundo ele, não está configurado no caso.

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