Presidente da Comissão do Meio Ambiente da Câmara já defendeu garimpo ilegal
Até o ano passado, deputado José Priante fazia discursos em que criticava ações da PF contra os garimpeiros que invadiam terras indígenas
José Priante (MDB-PA), eleito nesta quarta-feira (15) presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, já defendeu garimpeiros e criticou a destruição de equipamentos usados para mineração ilegal pela Polícia Federal (PF).
Eleito para a comissão com 13 votos a favor e dois em branco, o deputado tinha na ponta da língua um discurso que se contradiz com as atitudes dele de um ano atrás. "Procurarei ser um mediador do debate. Sei da responsabilidade de discutir sustentabilidade, é momento de pensar o país para as próximas gerações", disse Priante.
No ano passado, Priante chegou a dizer que a ação da PF que destruiu máquinas que garimpavam na terra indígena Munduruku era "hollywoodiana" e "de pouca inteligência". Para ele, os fiscais faziam "algo espetaculoso".
“Não estou defendo o garimpo ilegal, a irregularidade, mas afirmo que garimpeiro não é bandido. É desinteligente destruir o equipamento. Não tem ambientalista que me justifique isso. É um desperdício destruir ativos. Eu sou a favor de que seja coibida a atividade irregular. Está se criando um clima de guerrilha”, disse o parlamentar em fevereiro do ano passado.
A destruição de máquinas é uma ação prevista em lei. A queima de equipamentos não apenas inviabiliza financeiramente o crime, como, em muitas ocasiões, é uma medida para garantir a segurança dos próprios agentes, dado que a remoção pode ser complexa e arriscada, com riscos de emboscada.