Presidente do PDT diz que suspensão de pré-candidatura de Ciro Gomes 'perdeu o efeito'
" A suspensão perdeu o efeito com todos os deputados do partido votando com a orientação do partido. Ciro já está de volta", disse Lupi
O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou nesta quarta-feira que a suspensão da pré-candidatura do ex-governador do Ceará Ciro Gomes à presidência da República perdeu o objeto após os deputados do partido votarem de acordo com a orientação do diretório nacional da sigla no segundo turno da PEC dos Precatórios, na Câmara dos Deputados.
— A suspensão perdeu o efeito com todos os deputados do partido votando com a orientação do partido. Ciro já está de volta — disse Lupi.
No primeiro turno de votação, na madrugada de quinta-feira, 15 deputados do PDT apoiaram a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, contra apenas seis rejeições. Na noite desta terça, no segundo turno, o cenário foi o inverso: 20 deputados rejeitaram a PEC, enquanto apenas cinco votaram a favor da medida - Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG).
Segundo Lupi, "todos os que votaram a favor (da PEC) estão aguardando a janela (partidária) para sair ou aguardando decisão da justiça" para trocar de legenda.
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Na semana passada, Ciro anunciou que deixaria a sua pré-candidatura "em suspenso" até que a bancada reavaliasse a posição. Ele citou que o segundo turno seria um "instrumento definitivo" para reverter a decisão.
Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios", disse Ciro.
"Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional", acrescentou ele.
Nesta quarta, Ciro anunciou, pelo Twitter: "estamos de volta". Na mesma publicação, ele promete falar "a verdade sobre a Petrobras" e "detalhes da conspiração que está por trás dos aumentos sucessivos e abusivos dos combustíveis".
Em entrevista à CNN, ele disse que "volta à luta" porque seus companheiros de partido deram "um sinal muito generoso e corajoso e só fazem esse tipo de gesto aqueles que têm compostura".
Também falou sobre a questão da alta dos combustíveis, dizendo ser "o único, entre todos os candidatos, contrário ao teto de gastos e a criminosa política de preços da Petrobras".