Presidente do PL critica operação contra Zambelli
Mais cedo, Zambelli criticou a operação e afirmou que houve irregularidades na busca e apreensão realizada em seu gabinete
O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, criticou a operação da Polícia Federal contra a deputada Carla Zambelli (SP), na manhã desta quarta-feira. Valdemar reiterou não concordar com "eventuais erros cometidos por parlamentares do partido", mas deu a entender que houve uma série de irregularidades na ação policial que cumpriu mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete da parlamentar.
"Qualquer operação da Polícia Federal determinada pelo Supremo Tribunal Federal deve seguir rigorosamente a Constituição e se fundamentar em indícios reais de irregularidades. Não concordamos com eventuais erros cometidos por parlamentares do partido, mas queremos que lhes sejam garantidos os direitos constitucionais e a presunção de inocência", disse em publicação nas suas redes sociais.
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Mais cedo, Zambelli criticou a operação e afirmou que houve irregularidades na busca e apreensão realizada em seu gabinete na Câmara. De acordo com ela, não havia testemunhas presentes, como exige a regulamentação e o regimento interno da Casa. Segundo Zambelli, nada foi levado do gabinete. Porém, ela protestará formalmente junto ao presidente da Casa, Arthur Lira.
Zambelli reconheceu nesta quarta que tem "relação" com o hacker Walter Delgatti, a quem ajudou a ir a Brasília para um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ela afirmou ainda que a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça para incluir um mandado de prisão falso do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi uma "brincadeira de mau gosto".
— O que tenho de relação com o Walter é que o conheci, saindo de um hotel. Vivia trocando de telefone, queria falar ao vivo. Nos vimos 3 vezes e conversamos sobre tecnologia. Uma vez o ajudei a vir a Brasilia, ele disse que teria provas e serviços a oferecer ao PL e o levei a Valdemar da Costa Neto, fizemos uma reunião — disse a deputada, em entrevista coletiva. — Ele (Delgatti) se ofereceu para participar de uma espécie de auditoria no primeiro e segundo turno das eleições. Ele encontrou Bolsonaro, que perguntou se as urnas eram confiáveis. Nunca mais houve contato entre eles.
A deputada procurou desvencilhar Bolsonaro da ação:
— A impressão que tenho é que querem envolver o Bolsonaro. Não existe qualquer prova, ele não pediu nada. A única coisa que existe é que, após tudo isso, inclusive, há um pagamento de R$ 3 mil, em novembro. Todo o dinheiro saiu do meu bolso, por meio de uma conta que eu subcontratei. Nada saiu da minha cota. Se houver qualquer coisa, quem responde sou eu. Não é o Bolsonaro que responde.
Zambelli também negou relação com a inclusão de um mandado de prisão falso de Moraes no sistema do CNJ:
— Eu gastaria R$ 3 mil para participar de uma brincadeira de mau gosto? Isso do CNJ é uma brincadeira de mau gosto. Eu não gastaria dinheiro para fazer uma brincadeira de mau gosto com o Moraes. Eu sou uma deputada séria , que sabe o que é certo e o que é errado.
Agentes estiveram no apartamento e no gabinete da parlamentar, em Brasília, e na casa do hacker, em São Paulo. Ela é investigada por supostamente contratar Delgatti para fraudar as urnas eletrônicas e tentar inserir no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o relato do hacker.