Presidente do PL na Bahia anuncia saída do partido por aliança com ACM Neto
Desfiliação de José Carlos Araújo expõe dificuldades de Bolsonaro para formar palanque no Estado, que possui o quarto maior colégio eleitoral do país
O presidente do PL na Bahia, José Carlos Araújo, entregou a sua carta de desfiliação nesta quarta-feira, 9, ao presidente do partido, Valdemar Costa Neto, por discordar dos possíveis acordos no Estado.
Araújo é aliado de ACM Neto (União Brasil), que é favorito na disputa ao governo e rejeita a possibilidade de dar espaço em seu palanque para Jair Bolsonaro.
"Há alguns meses, o PL firmou compromisso em aceitar a candidatura do ex-prefeito de Salvador ACM Neto ao governo do Estado. Por razões que são do conhecimento de todos, o PL não irá manter esse compromisso e deverá apoiar outra candidatura ao governo. Contudo, eu me sinto na obrigação de manter a aliança", escreveu.
Leia também
• Estado de São Paulo desobriga uso de máscaras ao ar livre a partir de hoje (9)
• INSS: ministro pede destaque e 'revisão da vida toda' vai ao plenário do STF, começando do zero
• Advogado de Flávio Bolsonaro é nomeado para cargo no Ministério da Justiça
Araújo contou, no texto, que buscou formas para que "todos pudéssemos caminhar juntos, conforme acordamos lá atrás, mas infelizmente não será possível".
"Comunico nesta carta que tomei a decisão de pedir a minha renúncia do cargo de presidente estadual do partido e, também, de me desfiliar", emendou.
Como mostrou o GLOBO, aliados do presidente Jair Bolsonaro tentam solucionar o impasse que, até o momento, o deixa sem palanque na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país. A possibilidade de lançar o ministro João Roma (Cidadania) como candidato a governador, defendida pelo próprio presidente, enfrenta resistência no Republicanos.
Por isso, uma das alternativas aventadas na equipe de campanha de Bolsonaro é incentivar a candidatura do atual vice-governador do estado, João Leão, que é filiado ao PP, sigla aliado do Palácio do Planalto. Mas Leão ainda não está decidido se está disposto a aceitar a aliança.
O vice-governador esteve em Brasília nesta semana para discutir o assunto com o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), seu correligionário, que atua como um dos principais coordenadores da campanha de Bolsonaro à reeleição. Os dois se reuniram duas vezes. O encontro também contou com a presença do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Atualmente, Leão faz parte de uma aliança com o PT na Bahia, que foi colocada em xeque nos últimos dias por divergências sobre a chapa eleitoral. Em nota divulgada hoje, o vice-governador afirmou que "o PP da Bahia precisa refletir sobre seu futuro nas eleições estaduais deste ano", o que também passa pela possibilidade da candidatura própria.
Outra alternativa aventada para solucionar o problema de Bolsonaro seria de João Roma se filiar ao PL para disputar o governo da Bahia. Essa possibilidade, inclusive, foi um dos fatores que fez com que Araújo optasse por deixar a legenda. A aliados, ele disse que não quer "pagar para ver" o que vai ocorrer daqui para frente.