CPI da Braskem

Presidente em exercício do Senado critica iniciativa de CPI da Braskem; "vício de origem"

Senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) se reuniu com prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e com ministro do Turismo, Celso Sabino

Mutange foi um dos bairros de Maceió desocupados por causa do afundamento do solo causado pela mineração Mutange foi um dos bairros de Maceió desocupados por causa do afundamento do solo causado pela mineração  - Foto: Robson Barbosa / AFP

Presidente em exercício do Senado, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), aproveitou a função temporária para se reunir com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, seu aliado, e com o ministro do Turismo, Celso Sabino, para tratar sobre a situação da capital de Alagoas, sobre agravamento da situação de minas de sal-gema da Braskem em Maceió, sob risco de colapso iminente.

Cunha disse apoiar a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Braskem no Senado, mas fez críticas ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do pedido de abertura do colegiado, e seu adversário político. O senador fez uma questão de ordem a Pacheco contra a abertura da CPI.

—A CPI surge com vícios que são intransponíveis— disse Cunha em entrevista ao lado de JHC.

Entre os pontos citados por Cunha, para justificar essa crítica, estão que o filho de Renan Calheiros, o ministro dos Transportes Renan Filho, era governador de Alagoas, quando licenças ambientais foram renovadas para a empresa, além de o próprio Renan ter presidido no passado uma empresa que fazia o mesmo tipo de exploração.

—Tem sim de ter fiscalização, seja através da CPI, seja através de outra comissão do Senado, mas que a propositura, da forma como foi colocada, surgiu de maneira viciada—disse Cunha.

Cunha está como presidente em exercício do Senado por ocupar a segunda-vice presidente. O presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o vice, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), estão na Cúpula do Clima, nos Emirados Árabes em Dubai.

Pacheco já determinou a abertura da CPI, pedida por Renan Calheiros, mas os líderes partidários ainda não indicaram os membros para compor o colegiado.

Na coletiva, o prefeito de Maceió, JHC, também disse que é preciso investigar o estrago feito na cidade.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, saiu antes do término da reunião e não participou da reunião. Ao sair, no entanto, falou com jornalistas e disse que não há prejuízo aos pontos turísticos da cidade.

—Não há nenhum aparelho turístico na cidade que está sendo influenciado pelos afundamentos. A Avenida Litorânea, as praias da cidade, o aeroporto da cidade, os hotéis que ficam ali nos principais atrativos turísticos da cidade de Maceió, nenhum deles tem sofrido qualquer consequência dos afundamentos—afirmou Sabino.

Disputa política
Como o Globo mostrou, o agravamento da situação em Maceió reacende um conflito entre dois grupos políticos adversários em Alagoas: o do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o de Renan Calheiros. Eles e seus respectivos aliados trocaram acusações nos últimos meses envolvendo desdobramentos da atuação da Braskem e da indenização bilionária cobrada à empresa, que também é alvo de disputa entre prefeitura e governo estadual.

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