Preso por posse ilegal de arma de fogo, Valdemar deverá passar por audiência de custódia
Presidente do PL foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (8)
O presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto deverá passar por uma audiência de custódia perante o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (8). Ele estava sendo alvo de um mandado de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal quando foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, por estar com um revólver com registro irregular, e por usurpação de bens públicos, por estar com uma pepita de ouro extraída de um garimpo.
A arma, em nome do filho de Valdemar, estava com documentos atrasados. Já a pepita, de 39 gramas e avaliada em R$ 11.700, foi periciada no Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF. No local, profissionais especializados ainda tentam rastrear a origem do material.
A ação da PF nesta quinta-feira decorria de uma investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito. Entre os alvos, estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e alguns de seus principais aliados, como ex-ministros de seu governo.
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Na manifestação acerca das medidas solicitadas pela PF, o procurador-geral da República Paulo Gonet informou haver indícios da participação de Valdemar Costa Neto no "sistema delituoso que se apura".
"Entre outros pontos, a autoridade policial indica que, como resultado de outras medidas cautelares, verificou-se que investigados se teriam valido da estrutura da residência do Comitê de Campanha da agremiação política presidida pelo Sr. Costa Neto, para realizar ajustes na minuta de ato de cunho golpista, que seria apresentada no dia seguinte, 7.12.2022", aponta a PGR.
No documento, o procurador-geral afirma que, a partir desses elementos, os investigadores apontaram o envolvimento do PL, por meio de seu representante máximo no esquema que apuram, a justificar a busca e apreensão contra o dirigente.
Na decisão que deferiu as medidas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou também que Valdemar é tido pela PF como o "principal fiador" dos questionamentos sobre as urnas eletrônicas.
Depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro perdeu a disputa em 2022, o PL pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a verificação do resultado do segundo turno das eleições, solicitando a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas.
"Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado", informou a PF, em nota.